A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) limitará a segunda fase da dragagem de aprofundamento do Porto de Santos ao trecho de entrada do canal de navegação. A decisão foi tomada após consulta aos arrendatários de terminais marítimos, segundo o diretor de Infraestrutura e Execução de Obras da Docas, Paulino Vicente.
O projeto original da segunda fase da dragagem previa 17 metros de profundidade na calha d'água entre a Barra de Santos e o Entreposto de Pesca, enquanto no canal interno, a fundura seria de 16 metros. O plano, agora, mudou: a intenção é aprofundar o trecho de entrada (da Barra até o Entreposto de Pesca) a 17 metros, porém mantendo o canal interno com 15 metros de profundidade.
Mudou, segundo Paulino Vicente, depois que as empresas arrendatárias de terminais marítimos foram consultadas. Isto ocorreu porque a maioria absoluta informou que não necessita de mais que 15 metros de profundidade para operar. “Creio que apenas uma empresa disse que precisa de mais de 15”, declarou em entrevista a A Tribuna, na última segunda-feira.
De acordo com o engenheiro, existe uma necessidade técnica de ampliar a profundidade do canal entre a Barra e o Entreposto. Os motivos são as constantes ressacas, que provocam assoreamento do trecho, e uma exposição maior dos navios às ondas nesta região, o que demanda profundidade maior para evitar contato do casco do navio com o fundo do mar. Este segundo fator é o chamado “efeito squash”, segundo ele. “Se não fizermos isso (aprofundar a 17 metros no trecho de entrada), a Capitania poderá limitar a profundidade dentro do canal, por entender que não há segurança fora dele".
Consórcios
A Codesp permitirá a participação de consórcios na licitação das obras de reforço estrutural do Cais de Outeirinhos, segundo Vicente. Ainda não está definido, porém, se empresas estrangeiras poderão participar.
A expectativa da Docas é iniciar a obra “entre maio e junho do ano que vem”. Mas isto dependerá das fases de licenciamento ambiental e da licitação.
O diretor da Codesp diz que trêsou quatro frentes trabalharão ao mesmo tempo para entregar a obra no prazo de 22 meses após o início. O término de cada trecho dependerá das janelas deixadas pelos terminais e ocuparão, no máximo, 40% do tempo (cerca de nove horas e meia por dia).
A obra de reforço do cais consistirá na restauração das estacas danificadas, inserção de barras metálicas junto às estacas danificadas e o uso de estacas-tirante (que ficam inclinadas e distribuem o peso) a cada 6,25 metros. Assim, entende-se que o cais estará mais resistente a possíveis alterações do solo.
A dragagem dos berços será feita por etapas, com monitoramento constante, afirmou Vicente. “Primeiro tiramos 1,5 metro e monitoramos. Se não ceder, tiramos mais 1,5 metro e monitoramos novamente”. Segundo ele, a equipe que gerenciará este monitoramento será contratada em licitação à parte. Ela utilizará, por exemplo, mergulhadores para conferir o andamento dos trabalhos subaquáticos.
Fonte: A Tribuna (Rio Branco)/Samuel Rodrigues
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