A presença de 115 cilindros contendo produtos perigosos no Porto de Santos já rendeu uma multa de R$ 25 mil à Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), a estatal que administra o cais santista. A autuação foi aplicada no ano passado pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), que acompanha o caso. Agora, a Autoridade Portuária afirma que está negociando com municípios locais para a queima das cargas.
Os cilindros estão guardados em um dos armazéns do Valongo, um galpão monitorado por câmeras e vigiado pela Guarda Portuária, mas sucateado e próximo ao Centro da Cidade, onde há grande concentração de pessoas. O telhado da instalação está em péssimas condições, assim como toda a estrutura.
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Segundo a Cetesb, sete cilindros contêm gases explosivos e 108, gases inflamáveis. Por isso, a maneira mais segura de descartar as mercadorias é a queima dos componentes. É necessário isolar a área onde haverá a incineração. A medida visa evitar riscos de contaminação, já que os produtos são perigosos.
Apesar do aparente bom estado, os cilindros com produtos tóxicos e explosivos perderam a garantia de controle de suas válvulas. Por isso, segundo a Codesp, há a necessidade de uma destinação adequada para o material.
O plano da Docas era queimar o conteúdo dos cilindros na Base Aérea de Santos, no Distrito de Vicente de Carvalho, em Guarujá. Mas a Prefeitura é contra o transporte dos cilindros para a cidade. A alegação é de que a população local não pode ser exposta ao risco, já que a própria Docas reconhece o potencial destrutivo da carga.
Diante disso, a Autoridade Portuária informou que negociando com outros municípios um local para queima. Mas não especificou se isso ocorrerá na região. A Docas tem até segunda-feira para apresentar as alternativas ao Ministério Público de Guarujá.
Ontem, o Ministério Público Estadual anunciou que instaurou um inquérito para acompanhar o caso.
Apesar da pressa da Codesp em resolver a situação, o problema se arrasta há anos. Em outubro do ano passado, a estatal portuária foi multada pela Cetesb. Isso aconteceu após a agência ambiental expedir um auto de advertência, com a exigência de que a Docas apresentasse um plano de trabalho para remoção dos cilindros. “Como não atenderam a esta exigência, receberam uma multa no valor de R$ 25 mil”, informou a Cetesb.
Fonte: A Tribuna