Entre 1932 e 1982, o Brasil cresceu 29,5 vezes a sua produção de bens e serviços, ao ritmo de 7% ao ano. Para repetir essa mesma expansão ao ritmo dos últimos 30 anos (2,7%) precisaria de quase 1,5 século (146 anos). A comparação é do economista Hélio Silveira, da Associação Desenvolvimentista Brasileira (ADB), ao comentar artigo publicado no jornal britânico Financial Times que alerta para o apagão logístico no país.
O FT adverte que os problemas no setor de transporte e logística representam um risco de “condenar o país a uma década perdida em termos de crescimento econômico”. Por sua vez, Silveira sublinha que o problema dos transportes é o mesmo de outros setores carentes de investimento público, que fez o Brasil amargar três décadas pedidas.
“Após a crise da dívida acumulada pela falta de petróleo, desde 1974, o Brasil se viu obrigado, em 1982, a adotar o receituário do FMI, de permanente ajuste fiscal e cortes no investimento público. Por isso é tão importante usar o petróleo do pré-sal para resgatarmos nossa soberania e levar adiante uma estratégia de desenvolvimento semelhante à de países como Coréia do Sul e China”, frisou.
Para o economista, é necessário prover toda a logística dos diversos modais de transporte provocando um ciclo de desenvolvimento virtuoso que alavancará a integração comercial e social com nossos vizinhos na América Latina, principal destino das exportações brasileiras de manufaturados cuja competitividade é prejudicada pela logística deficiente.
“Se o Brasil já tivesse petróleo na década de 70 e mantivesse o crescimento de 7% ao ano, o PIB do Brasil de 2012 em vez de US$ 2,3 trilhões alcançaria algo em torno de US$ 7 trilhões, menor do que o da China de US$ 8,2 trilhões, porém maior do que o do Japão, de US$ 6 trilhões”, comparou o economista.
Fonte: Monitor Mercantil
PUBLICIDADE