A segunda estimativa da Companhia Nacional Abastecimento (Conab), divulgada nesta quinta-feira (13), é de que a produção de grãos da safra 2025/26 será de 354,8 milhões de toneladas e de que a área cultivada atinja 84,4 milhões de hectares, 3,3% a mais que na safra 2024/25. A produtividade média nacional prevista, a partir de modelos estatísticos e previsões climáticas, é de 4.203 quilos por hectare.
Para a soja, o levantamento indica alta de 3,6% na área semeada em 2025/26, com 49,1 milhões de hectares, e produção de 177,6 milhões de toneladas. De acordo dados do boletim Progresso de Safra, publicado pela Conab nesta semana, o plantio no atual ciclo mantém a média dos últimos cinco anos, mas está atrasado em relação ao percentual registrado no mesmo período da temporada anterior, com destaque para Goiás e Minas Gerais, nos quais não houve chuva considerada satisfatória para o avanço da semeadura.
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Em Mato Grosso, o plantio repete o ritmo registrado na safra anterior, mas, por causa da instabilidade climática de outubro, não foi nas condições consideradas ideais. Algumas áreas semeadas no início do mês sentiram efeitos da falta de chuva, o que comprometeu a quantidade de plantas por hectare e o estabelecimento inicial da oleaginosa.
No caso do milho, a produção total em 2025/26, somadas as três safras, é estimada em 138,8 milhões de toneladas, menos 1,6% que no ciclo anterior. Na primeira safra, a previsão é de que a área cultivada aumente 7,1% e que a produção seja de 25,9 milhões de toneladas. O plantio no ciclo atinge 47,7% da área, levemente superior à média dos últimos cinco anos.
Segundo a Conab, as baixas temperaturas em alguns períodos em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul retardaram o desenvolvimento inicial da cultura, mas sem interferir no potencial produtivo. Além disso, as lavouras do Paraná sofreram no início de novembro impactos negativos de intensas precipitações, fortes ventos e ocorrência de queda de granizo. Como esses eventos foram posteriores aos levantamentos realizados em campo, as consequências ainda estão sendo avaliadas.
No caso do arroz, a estimativa é de produção de 11,3 milhões de toneladas na atual temporada, com redução de 11,5% em relação à safra anterior, influenciada pela menor área cultivada. No Rio Grande do Sul, principal estado produtor do grão, a semeadura alcança mais de 78% do previsto, apesar de, em algumas áreas, ter havido atraso por causa de volumes de chuva que impediam a entrada de maquinários no campo. Mas, de forma geral, explicou a Conab, as lavouras estão se desenvolvendo de forma satisfatória, apesar da irregularidade em volume e intensidade da chuva em algumas regiões.
Para o feijão, a colheita esperada, somadas as três safras, é de 3,1 milhões de toneladas, volume semelhante ao do ciclo passado. Há previsão de queda de 7,3% da área plantada na primeira safra, com 841,9 mil hectares e expectativa de produção de 977,9 mil toneladas, 8% inferior à safra passada. O plantio continua nos principais estados produtores, atingindo 91% em São Paulo e no Paraná e 44% em Minas Gerais.
O levantamento da Conab informou ainda que a safra 2025 das culturas de inverno está em fase de colheita. A produção de trigo está estimada em 7,7 milhões de toneladas. Segundo a companhia, de modo geral, nas principais regiões produtoras as condições climáticas foram favoráveis, mas a redução dos investimentos em insumos, especialmente fertilizantes e defensivos, tornou as lavouras mais suscetíveis a doenças, o que limitou o aproveitamento do potencial produtivo, resultando em espigas menores e com menos grãos. Além disso, as chuvas intensas registradas no Paraná no início de novembro podem influenciar as plantações que permanecem em campo.
















