A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou, nesta quinta-feira (18), seu boletim Perspectivas para a Agropecuária 2025/2026, no qual projeta a colheita de 353,8 milhões de toneladas de grãos na próxima safra brasileira, com aumento de 1% na comparação com a anterior. Segundo o informe, se confirmada a previsão, será o maior volume colhido no país. A projeção, explica a instituição, tem como base a expectativa de aumento na área cultivada, de 81,74 milhões de hectares na safra passada para 84,24 milhões de hectares, e de queda de 2% na produtividade média das lavouras, que deve ficar em 4.199 quilos por hectare.
Para a soja, principal produto cultivado no país, a previsão é de que sejam colhidas 177,67 milhões de toneladas, 3,6% a mais que as 171,47 milhões de toneladas do ciclo 2024/25, o que representaria novo recorde na produção do grão e confirmaria o Brasil como maior produtor mundial. O resultado seria influenciado pelo aumento da área cultivada e pela recuperação da produtividade no Rio Grande do Sul.
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No caso do algodão, também há previsão de recorde, com produção de 4,09 milhões de toneladas e aumento de 0,7%. Segundo a Conab, o resultado previsto leva em conta o aumento de 3,5% área semeada, principalmente na Bahia, no Piauí, em Minas Gerais e no Tocantins. A Companhia explica que o aumento da área plantada está sendo influenciada pela boa rentabilidade e pela possibilidade de venda antecipada da produção.
No caso do milho, as projeções indicam produção de 138,3 milhões de toneladas e redução de 1% em relação ao ciclo 2024/25, apesar do aumento de área cultivada tanto na primeira quanto na segunda safra, por causa da queda na produtividade média nacional nas lavouras. A expectativa é que não será alcançado o patamar considerado excepcional registrado na safra 2024/25, beneficiada por condições climáticas favoráveis.
A Conab explica que a ampliação da área cultivada é influenciada pela expectativa de aumento no consumo interno, para atender à demanda para produção de etanol. Além disso, é esperado aumento das compras do produto sul-americano por países asiáticos, em detrimento do produzido nos Estados Unidos, como resposta à elevação de tarifas de importação impostas pelo governo americano.
Ao contrário no previsto para outros grãos, a expectativa da Conab é de redução das áreas de cultivo de arroz, de 1,76 milhão de hectares em 2024/25 para 1,66 milhão de hectares no ciclo 2025/26, com produção de 11,5 milhões de toneladas. A retração é consequência da queda do preço do produto decorrente da ampliação da produção nacional e internacional no ciclo passado, o que gerou excedente de oferta. É esperada também redução de 4,8% na produtividade média das plantações.
Já para o feijão a expectativa é de que o volume colhido fique perto dos 3,1 milhões de toneladas na safra 2025/26. Somadas as três safras anuais da leguminosa, a Conab prevê área semeada de 2,7 milhões de hectares e produtividade média nacional de 1.141 quilos por hectare.