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Contêiner se dobra às pressões de custos das transportadoras

Inventores dos Estados Unidos, Holanda e Índia estão chegando perto de resolver uma dor de cabeça que custa bilhões de dólares por ano para o setor de transportes.
Contêineres vazios precisam ser despachados por todo o mundo para serem recarregados, o que exige milhões de viagens de navio, caminhão e trem que não geram receita nenhuma.
"É uma despesa enorme, uma dor de cabeça enorme para o setor", diz Neil Davidson, da Drewry Shipping Consultants, uma consultoria de Londres. O custo líquido de transportar o vazio fica em torno de US$ 7 bilhões por ano, dizem analistas.
A solução: um contêiner dobrável fabricado em massa. Pessoas do setor dizem que os caminhões, trens, balsas e navios poderiam carregar quatro vezes o número de contêineres se eles fossem dobrados e empilhados. Isso cortaria o custo de transporte dos contêineres vazios em até 75%, dizem analistas e os fabricantes dos contêineres dobráveis.
As maiores transportadoras de contêineres do mundo, entre as quais a A.P. Moeller-Maersk AS, CMA-CGM SA, NYK Line e Evergreen Group, afirmam que estão aguardando uma demonstração de que os contêineres dobráveis funcionam e a um preço acessível para poder tomar a decisão de investir neles.
Por causa de sua complexidade, os contêineres dobráveis vão custar pelo menos US$ 4.000 cada, o dobro do custo de um contêiner normal. Eles precisam ser capazes de aguentar o calor, o frio, a água salgada dos altos mares e os solavancos dos guindastes nas docas. Cada contêiner precisa suportar um peso de 350 toneladas, porque até dez deles podem ser empilhados nos navios.
Depois de décadas de tentativas, os recentes desenvolvimentos na engenharia, a necessidade da sociedade por um produto mais verde e a necessidade das empresas de navegação de economizar combustível estão deixando os contêineres dobráveis mais próximos do mercado.
Por trás da iniciativa está o enorme boom do comércio global dos anos 2000, alimentado pela entrada da China para a Organização Mundial do Comércio e seu consequente aumento das exportações para US$ 1,2 trilhão em 2009, ante US$ 249,7 bilhões em 2000. O número de contêineres de transporte dobrou para cerca de16 milhões, à medida que o setor cresceu 10% ao ano.
O contêiner - uma caixa de aço retangular de geralmente 20 ou 40 pés (6 a 12 metros) de comprimento padrão - é unidade básica do comércio global, tendo aumentado enormemente a produtividade e a economia do transporte e das operações portuárias desde que passou a ser usado, em 1957.
Dez mil navios controlados por umas poucas centenas de empresas movimentam mais de 100 milhões de contêineres por ano. Mas 20% dos contêineres que estão no mar em qualquer momento estão viajando vazios, devido a um desequilíbrio fundamental no comércio mundial, já que a Ásia exporta mais produtos do que importa.
Cortar a despesa de transporte dos contêineres vazios aumentaria a margem de lucro num momento em que a marinha mercante se recupera da crise financeira - o setor divulgou prejuízo de cerca de US$ 20 bilhões no ano passado, segundo a Drewry.
Desde os anos 70, houve vários esforços malsucedidos para se resolver o quebra-cabeças. Segundo os engenheiros, algumas inovações recentes, para deixar o aço reforçado mais leve e o vidro compósito mais resistente e mais flexível, bem como novas ideias de desenho, podem superar os desafios técnicos.
René Giesbers, herdeiro de uma fortuna feita com aquecimento central em Roterdã, projetou em 2007 um contêiner de fibra de vidro compósito e abriu uma empresa, a Cargoshell. Ele espera receber uma ajuda do governo holandês na forma de um selo verde que daria às empresas que comprarem seu contêiner um crédito fiscal.
A Compact Container Systems, empresa de Boston, também desenvolveu um projeto de um contêiner dobrável. Ela demonstrou seu primeiro protótipo numa feira comercial em novembro, e agora está fazendo revisões. "O desafio de engenharia é equivalente ao de projetar uma turbina para um jato", diz Jim Williams, um dos fundadores.
Simon Bosschieter, um engenheiro de 28 anos da Holanda, desenhou um contêiner com paredes que deslizam para dentro das outras. Ele diz que sua empresa, a Holland Container Innovations, de Delft, tem um parceiro industrial e planeja colocar os primeiros contêineres no mercado até o meio do ano.
O banqueiro indiano Avinder Bindra projetou um contêiner que, como o da HCI, tem paredes que deslizam para dentro das outras. Mas seus contêineres dobrados são empilhados verticalmente, o que segundo ele os deixa mais equilibrados e permite o uso de guindastes padrões para mover as pilhas. A empresa dele, Simpri Investments, está na fase final do desenvolvimento de um protótipo, diz.

Fonte: Valor Econômico/ John W. Miller, The Wall Street Journal, de Delft, Holanda

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