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Crédito do BNDES ao nordeste aumenta 196%

SÃO PAULO - Os desembolsos do BNDES para a Região Nordeste aumentaram 196% em 12 meses, encerrados em março, de acordo com estudo divulgado ontem pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban). “O crescimento expressivo do crédito à Região Nordeste foi impactado pelos diversos desembolsos do BNDES nas obras que estão sendo realizadas naquela região”, explicou o economista da Febraban Jaime Alves. “Sem o crédito direcionado do BNDES, o crédito para pessoa jurídica no nordeste avançou 4% nos últimos 12 meses”, completou Alves.
Os principais desembolsos na região foram para obras do Complexo Portuário de Suape (PE), Transnordestina (PI, PE e CE), Porto de Pecém (CE) e Usina Hidroelétrica do Estreito (MA e TO). O economista avaliou o papel do banco de investimentos no período da crise. “O governo valeu-se do BNDES para reativar a economia em sua política anticíclica”, considerou. Além do crescimento expressivo no nordeste, o banco de investimento aumentou em 87% os aportes na Região Norte, 49% na Sudeste e 36% na Região Sul.
Alves comentou a intenção do governo de estimular fontes privadas de financiamento de investimentos. “É um processo natural. O BNDES não tem fôlego sozinho para sustentar todo esse crescimento, ou o governo teria que injetar mais capital do Tesouro no banco”, avaliou.
O professor de Economia da Trevisan Escola de Negócios, Alcides Leite, analisou os dados divulgados pela Febraban. “O crescimento da Região Nordeste é maior que o das outras regiões. É natural que o volume de crédito, tanto para pessoa jurídica como para pessoa física, cresça acima da média, o potencial do nordeste é muito grande”, avalia Leite. O professor da Trevisan explica sua argumentação. “O índice de bancarização ainda é muito baixo naquela região, mas à medida que o sistema bancário se expande, tentando aproveitar o forte crescimento, as pessoas vão tendo acesso a crédito”, explica.
Os estados que apresentaram maior crescimento de operações de crédito, segundo o estudo da Febraban, foram Maranhão (+34,6%), Sergipe (+33,7%) e Piauí (32,2%), os mesmos que apresentaram maior crescimento das vendas de varejo: Piauí (+16,3%), Sergipe (+15,7%) e Ceará (+12,1%). De acordo com Leite, ainda há regiões subdesenvolvidas lá e isso está relacionado ao baixo endividamento em relação às demais regiões do País. “O índice de endividamento per capita em estados como Maranhão, Piauí, Ceará é muito baixo (R$ 1,2 mil per capita). Isso é um sinal de subdesenvolvimento. Na ponta contrária, temos o Distrito Federal (R$ 7,5 mil per capita) onde a estabilidade do servidor público permite que o endividamento seja maior”, concluiu Alcides Leite.
O economista da Febraban também comentou a questão do endividamento per capita. “Há realmente diferenças regionais, o endividamento per capita é maior no centro-oeste. Em Brasília, o crédito para servidores explica essa relação, e avaliamos que em Mato Grosso (37%), Mato Grosso do Sul (36%) e Goiás (34%), pequenos proprietários rurais usem empréstimos para financiar a atividade agrícola”, argumenta Alves. “Mas, na média [R$ 2,8 mil], o brasileiro é pouco endividado [19% em relação ao PIB] em comparação com outros países, e o próprio governo sugere que a pessoa física não deve ultrapassar em seu endividamento 30% de sua renda”, comentou.
Para o economista da Febraban, o importante é que, independente das ações do governo, o crédito cresceu. “Se expurgamos o BNDES das estatísticas nacionais, fica claro que o crédito à pessoa jurídica no Brasil avançou 21,6%, o que é um muito bom”, destacou Jaime Alves.
O economista acrescentou que houve um forte crescimento no financiamento de pessoas físicas. “Em recursos livres para pessoas físicas, o avanço foi de 19,4% em doze meses”. O estudo publicado pela Febraban revelou que, do total de crédito para pessoa jurídica, a maior parte ainda fica na Região Sudeste, com 62%, na Região Sul com 17%, no nordeste com 11%, centro-oeste com 7% e 3% na Região Norte.
Para pessoas físicas a concentração do crédito é menor, mas ainda com liderança da região mais rica do País. O sudeste tem 48% do total, seguido de sul, com 21%, nordeste e centro-oeste, com 13% cada, e norte, com 5%.

Fonte: DCI/Ernani Fagundes

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