Deixaram o Porto Seco de Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná ontem, quarta-feira (28), apenas 533 caminhões. O volume é cerca de metade do registrado em dias normais. Entre as cargas despachadas, apenas as perecíveis, as perigosas e as selecionadas para o chamado “canal verde”, de fiscalização mínima. A ação é resultado do Dia Nacional de Desembaraço Zero deflagrado pelos auditores fiscais da Receita Federal em greve, que a partir de hoje retomam a operação-padrão. Mais de 1,6 mil caminhões ainda aguardam liberação.
Desde junho, quando os auditores em protesto por reajuste salarial e melhores condições de trabalho passaram a reforçar a fiscalização das cargas que entram ou saem do país, o tempo de desembaraço dobrou. Em condições normais, um caminhão que entra no pátio da estação aduaneira é liberado em no máximo 24 horas. Nos últimos meses, a média têm sido de 48 horas. Com o protesto, a espera subiu para três dias, situação que deve piorar com a proximidade do final de semana.
“Estamos cumprindo estritamente o que estabelece o manual de controle aduaneiro”, observou o auditor fiscal Flávio Bernardino de Carvalho. “Este deveria ser o procedimento padrão, mas por falta de efetivo e de estrutura adequada, por exemplo, não conseguimos fazer o controle do jeito que deveria ser feito. Imagine como seria uma fiscalização 100% na Ponte da Amizade. Nas atuais condições, o ideal se torna impossível.”
Para os caminhoneiros que aguardam a liberação, foi mais um dia de prejuízo. “Trabalho por conta própria e tenho que arcar com todos os meus custos de viagem. Parado, não recebo, e as contas continuam chegando”, comentou o caminhoneiro Sérgio Feliciano de Abreu, que precisou esperar cinco dias para conseguir uma vaga no pátio do Porto Seco. “Pensei que fosse sair na sexta-feira, mas pelo jeito vou ter que passar o final de semana aqui. Ou seja, vão ser dez dias parados.”
Fonte: Gazeta do Povo (PR)/Fabiula Wurmeister, da sucursal em Foz do Iguaçu
PUBLICIDADE