A empresária Celina Torrealba, uma das donas do Grupo Libra, também foi presa temporariamente na Operação Skala, que mirou amigos do presidente Michel Temer investigados no inquérito dos portos. A sede da empresa, no Rio, é alvo de um mandado de busca e apreensão. Também há mandados de prisão contra outros dois donos do grupo Libra, Gonçalo Torrealba e Rodrigo Torrealba, mas ainda não foram cumpridos. De acordo com informações preliminares da investigação, ambos ainda não foram localizados porque estariam no exterior.
Celina foi presa em seu apartamento, no Leblon. O Grupo Libra é concessionário de áreas no Porto de Santos e havia sido mencionado pelo doleiro Lúcio Bolonha Funaro, colaborador da Operação Lava-Jato, como uma das empresas beneficiadas pela Medida Provisória (MP) dos Portos.
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Dentre as suspeitas sobre o grupo Libra estão doações feitas por integrantes da família Torrealba nas eleições de 2014. Celina e Gonçalo doaram, cada, R$ 250 mil para o PMDB do Rio de Janeiro naquele ano. Já Rodrigo fez um repasse de R$ 500 mil para o diretório nacional do partido, à época comandado por Michel Temer. A PF suspeita que o grupo tenha sido favorecido pelo decreto dos Portos publicado por Temer no ano passado. O tema foi citado pelo doleiro Lúcio Funaro, operador do PMDB, em sua delação premiada.
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- Essa MP foi feita para reforma do setor portuário e ela ia trazer um grande prejuízo para o grupo Libra, que é um grupo aliado de Cunha e, por consequência, de Michel Temer, porque é um dos grandes doadores das campanhas de Michel Temer - disse Funaro, antes de acrescentar - Pela definição dessa MP, o grupo Libra não ia poder renovar mais as suas concessões portuárias. Por quê? Porque tinha vários débitos fiscais inscritos em dívida ativa. O que o Eduardo Cunha fez? Pôs dentro dessa MP uma cláusula que empresas que possuíam dívida ativa inscrita poderiam renovar seus contratos no setor portuário desde que ajuizassem arbitragem para discutir este débito tributário - afirmou.
Informações de um inquérito antigo, arquivado em 2011, ajudaram a fundamentar a operação. Essa investigação antiga havia sido arquivada pelo STF, porque se baseava apenas em informações dadas pela ex-mulher do presidente da Codesp, Marcelo Azeredo, que entregou anotações que indicavam o recebimento de propina por Michel Temer. No atual inquérito dos portos, a suspeita é que um decreto publicado por Temer no ano passado, que prorrogou o prazo das concessões portuárias, tenha favorecido indevidamente as empresas do setor
Fonte: O Globo