A dragagem de manutenção no canal do Porto de Santos, da Ponta da Praia até a Alemoa, interrompida em fevereiro passado, será retomada na próxima quinta-feira (30). O serviço será realizado pela draga Geopotes 15, embarcação da Van Oord Operações Portuárias que deve sair do Rio de Janeiro e chegar à região até quarta-feira (29).
O reinício do serviço foi anunciado na tarde de segunda-feira (27) pelo diretor de Engenharia da Codesp, Antônio de Pádua Andrade, logo após ter definido a vinda da draga com a direção da Van Oord, empresa atualmente responsável pela obra em toda a extensão do canal de navegação do Porto, da Alemoa até a Barra de Santos.
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Originalmente, a Van Oord usaria uma outra draga, que atualmente está fora do País e só conseguiria chegar ao complexo marítimo por volta do próximo dia 10. Mas na segunda-feira (27), diante da pressão de Andrade, a empresa mudou seus planos e decidiu utilizar a Geopotes, que estava no complexo fluminense e poderá vir para o cais santista em menor tempo.
“A dragagem é estratégica para o Porto, suas operações. E não podemos esperar mais. Por isso, busquei agilizar a retomada dessa dragagem. Se podemos contar com uma draga na quinta-feira, não vamos esperar mais”, afirmou o diretor.
Andrade e representantes da Van Oord debateram a programação da dragagem ontem pois aguardavam o término do levantamento batimétrico do canal, concluído nessa segunda-feira. Esse exame mede a profundidade do estuário e, portanto, apontou seus pontos mais rasos e críticos.
Inicialmente, a empresa era responsável pela dragagem entre a Ponta da Praia e a barra (Trecho 1 do canal). Mas, no último dia 6, assinou um aditivo a esse contrato, assumindo o serviço no restante do canal, da Alemoa a Ponta da Praia (trechos 2, 3 e 4). A medida foi proposta pela Codesp para garantir uma retomada rápida na dragagem nessa área, onde a obra estava parada. Segundo a Docas, a realização de uma licitação demandaria mais tempo.
Outro motivo para a Autoridade Portuária adotar essa medida está nas restrições adotadas pela Marinha para a navegação em vários pontos do estuário. Essas limitações foram impostas devido à perda de profundidade em vários pontos do canal, causada pelo assoreamento (deposição de sedimentos, trazidos pelas correntezas) constante e a falta da dragagem (que, se ocorresse, retiraria o material acumulado no canal). Nos trechos mais rasos, os navios já não podem carregar o mesmo volume de cargas – uma vez que, se estiverem no limite de sua capacidade de transporte, agora, atingiriam o fundo do estuário, correndo o risco de danos ao casco ou de encalharem.
E será exatamente os pontos mais críticos – rasos – onde a Geopotes 15 atuará. Por isso, os trabalhos vão se concentrar entre os trechos 3 e 4, da Torre Grande até a Alemoa.
A restrição atingiu o canal de navegação (da Torre Grande até a Alemoa), as bacias de evolução (na Alemoa, em frente à Brasil Terminal Portuário) e três berços de atracação (no Macuco e na Ponta da Praia), causando prejuízos às instalações localizadas nessas regiões.
Segundo o diretor de Engenharia da Codesp, devem ser necessários de 30 a 45 dias para a dragagem emergencial da Geopotes 15 eliminar os pontos mais críticos do estuário.
Fonte: Tribuna online/LEOPOLDO FIGUEIREDO/FERNANDA BALBINO