Eduardo Requião disse que denunciou em 2003 um esquema de evasão de divisas no Porto de Paranaguá que não foi apurado pelo Ministério Público e pela Polícia Federal.
A afirmação foi feita perante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Portos da Assembleia Legislativa, na manhã da última quarta-feira (30). Ele volta a depor na próxima semana.
Segundo Eduardo, as polêmicas em torno de sua gestão aconteceram porque ele pode fazer mudanças necessárias por ser irmão do governador Roberto Requião.
O ex-superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) conversou com os deputados durante duas horas. A maior parte do tempo foi gasto falando a licitação para compra de um draga própria que acabou não sendo realizada. Eduardo Requião disse que não houve nenhuma irregularidade no processo, que foi cancelado pelo governo.
Filas de propósito
O esquema de evasão de divisas aconteceria na multa que é cobrada dos importadores quando um navio fica mais de cinco dias na fila de desembarque, a chamada “demurrage”. Para cada navio é pago diariamente cerca de R$ 25 mil ao armador da embarcação. Segundo o ex-dirigente do porto, as autoridades brasileiras não têm controle sobre esta movimentação que chegaria a US$ 1,5 milhão por dia. Segundo ele, a fila para desembarque em Paranaguá chega a 60 navios propositadamente.
Eduardo Requião também criticou a cessão pela atual direção da Appa de uma área de 100 mil metros pra instalação da Techint no Porto de Antonina sem licitação.
De acordo com o presidente da CPI, deputado Douglas Fabrício (PPS), o depoimento do ex-superintendente foi positivo e que o objetivo, na reunião da próxima semana será aprofundar o debate sobre as ações trabalhistas envolvendo a APPA.
“Espero franqueza, como está acontecendo. Está sendo esclarecedor É uma oportunidade para questioná-lo e para ele trazer informações. Ele mesmo, Eduardo Requião, afirma que a sua gestão foi polêmica. Nosso papel é buscar informações para que possa haver mudanças. Na próxima semana vamos discutir as questões trabalhistas, apurar as razões de tantas ações. E que este dinheiro pudesse, de repente, ser investido em outra coisa e não para pagar ação trabalhista”, avaliou Fabrício.
Os deputados Fernando Scanavaca (PDT), Jonas Guimarães (PMDB), Ademir Bier (PMDB), Stephanes Júnior (PMDB), Rasca Rodrigues (PV), Pedro Lupion (DEM) e Mauro Moraes (PSDB) também participaram da reunião da CPI.
Fonte: Correio do Litoral
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