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Eldorado tentou incorporar áreas da Rodrimar em 2014

Envolvida em operações que investigam corrupção, a produtora de celulose Eldorado, da J&F Investimentos, tentou em 2014 incorporar áreas da Rodrimar prestes a vencer para fazer um terminal no porto de Santos. Para tanto, as empresas contaram com a ajuda de interlocutores com influência no governo, entre eles o então chefe de gabinete do vice-presidente Michel Temer, Rodrigo Rocha Loures, apurou o Valor. O decreto 8.033, de 2013, que regulamentou a Lei dos Portos, restringia a possibilidade de ampliação de áreas sem prévia licitação - o que foi flexibilizado pelo decreto 9.048, de 2017, o chamado Decreto dos Portos, alvo de um inquérito envolvendo o presidente Temer e a Rodrimar.

A empreitada acabou vetada pelo governo de Dilma Rousseff, cujo plano para portos envolvia a relicitação de contratos vencidos ou prestes a vencer - caso da Rodrimar.


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A história começa após a Rodrimar concluir a venda, em 2013, de um contrato de arrendamento em Santos para a Eldorado. Trata-se de um armazém considerado pequeno, com pouco mais de 11 mil m2, sem acesso direto ao cais e com prazo de vencimento em 2029.

Entre as várias áreas que a Rodrimar explora em Santos, duas delas (armazéns III e VIII) ficam em frente à Eldorado e mais próximas do cais. Esses armazéns são objeto de um contrato de arrendamento com vencimento em 2014.

Havia um compromisso entre as empresas pelo qual a Eldorado compraria o arrendamento da Rodrimar caso conseguisse a unificação dos contratos, ampliando a área inicial. A estratégia era, com isso, fazer um terminal único, com escala de movimentação significativa, e jogar o término das três áreas unificadas para 2029, mesmo prazo do armazém explorado pela empresa controlada pela J&F, dos irmãos Batista.

"Era o rabo abanando o cachorro", diz uma fonte que acompanhou o caso à época, numa alusão de que era uma manobra difícil de se concretizar. Os dois lotes da Rodrimar somam pouco mais de 18 mil m2, maiores, portanto, do que a área da Eldorado, mas o que as empresas queriam era que o prazo do contrato unificado fosse o da área menor, da empresa da J&F.

Além disso, o objeto do contrato da Rodrimar era a movimentação de fertilizantes enquanto o da Eldorado era de carga geral. A diferença das cargas poderia caracterizar mudança do objeto licitado e colocar o arrendamento sob suspeição.

Mesmo assim, houve um périplo no governo para apresentação do projeto. O então diretor de relações institucionais da Rodrimar, Ricardo Mesquita (hoje afastado da empresa), Rocha Loures e Joesley Batista encabeçaram o pleito de unificação das áreas.

Fontes que estavam no governo na época afirmam que, apesar de o projeto ser bom operacionalmente, de forma nenhuma a transação poderia ser feita. A Rodrimar e a Codesp (estatal que administra o porto de Santos) já tinham sido alvo do Tribunal de Contas da União (TCU) em 2011 devido à anexação de uma área da empresa Citrovita a um outro contrato da Rodrimar, no cais do Saboó, unificação que adiou o fim da exploração de 2011 para 2013.

A defesa de Rocha Loures afirmou que o pedido não foi aprovado. Procuradas, a Rodrimar, a Eldorado e a J&F preferiram não comentar o assunto. (

Fonte: Valor






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