A Embraport (Empresa Brasileira de Terminais Portuários) investirá R$ 2,3 bilhões em seu terminal no porto de Santos - destes R$ 340 milhões serão destinados à compra de equipamentos portuários, como portainers, RTG, emply handlers, tratores e reach stackers. Os números foram apresentados pelo presidente da empresa, Francisco Nuno Neves, no segundo dia do evento Portos & Terminais, organizado pelo IQPC.
"Os investimentos em tecnologia reduzirão custos de operação, tempo de espera dos navios e de carga e descarga, e, ainda, otimizarão a movimentação dos equipamentos. Tudo isso elevará a produtividade", diz Neves, confiante no aumento da produção de etanol e da movimentação de containers nos próximos anos. O porto de Santos é hoje o que mais movimenta containers no Brasil - cerca de 40% da movimentação nacional.
O terminal, que terá capacidade anual de movimentação de 2 milhões de TEUs e 2 bilhões de litros de etanol, começará a operar em janeiro de 2013. A obra alcançará seu auge em outubro de 2011, um ano depois de seu início, quando pelo menos 1.800 pessoas serão empregadas, e será concluída em 2012.
A dragagem para 15 metros é uma das obras previstas. O terminal receberá navios de até 120 mil TPB. O Embraport terá área total de 803 mil metros quadrados, três piers, 1.100 metros de cais, 60 mil metros cúbicos de tancagem de etanol, 72 mil metros quadrados de área administrativa e 342 metros quadrados de retroárea para armazenagem de cargas em geral.
Quanto a Embraport gastará com cada tipo de equipamento portuário
Portainers - R$ 165, 4 milhões
RTG - R$ 119,4 milhões
Emply Handlers - R$ 11,1 milhões
Tratores - R$ 8,6 milhões
Reach stackers - R$ 4,5 milhões
Outros equipamentos e softwares - R$ 31 milhões
Mapeamento
O coordenador de infraestrutura portuária do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Carlos Campos Neto, no mesmo evento, relembrou dados do mapeamento de obras portuárias no ano passado. O estudo do Ipea identificou a necessidade da realização de R$ 42,88 bilhões em demandas - R$ 20,46 bilhões em ampliação, construção e recuperação; R$ 17,29 bilhões em acessos rodo-ferroviários; R$ 2,78 bilhões em dragagens e derrocamento; e R$ 2,34 bilhões em infraestrutura portuária.
"O PAC cobre apenas 19,2% do número de obras identificadas como necessárias, o que corresponde a 23% do total de investimentos necessários", diz Campos Neto. Ele cita, ainda, dados de um estudo da CNI (Confederação Nacional da Indústria): das empresas exportadoras brasileiras, 49,1% consideram a infraestrutura portuária como a mais deficiente dentre as etapas pós-produtivas, a qual afeta negativamente 88% das companhias que se utilizam desse setor para escoar seus produtos.
Problemas de burocracia e de gestão também foram mencionados durante a palestra, tais como poucas horas de funcionamento da aduana, altos custos de praticagem, estiva e capatazia, falta de integração entre as autoridades portuárias e demora na liberação de cargas.
(Fonte: Da Redação)
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