A transformação do Armazém 7 do Porto do Recife num terminal marítimo, reformado para receber os turistas, aconteceu apenas internamente. Do lado de fora, a degradação está por toda parte. Falta infraestrutura, o que coloca em risco a vida dos turistas que têm chegado nos cruzeiros nacionais e internacionais que quase diariamente ancoram na cidade.
Os problemas são muitos. Quem resolve descer do navio para circular pelo Bairro do Recife, um dos pontos turísticos da cidade, enfrenta uma verdadeira peregrinação. O caminho até o Marco Zero, por exemplo, é feio e sujo. Falta espaço nas calçadas para os pedestres caminharem. Obras e gigantes gelos-baianos são alguns dos obstáculos encontrados por quem se atreve a caminhar.
Do lado esquerdo da Avenida Alfredo Lisboa a desordem promovida pelos veículos estacionados, muitos deles em fila dupla, complica o trânsito. Do lado oposto, a estreita calçada é ocupada por tapumes e gelos-baianos, colocados no trecho para evitar que os carros parem sobre o passeio público. O resultado é que o pequeno espaço deixado para a passagem dos pedestres é tão estreito que mal cabe uma pessoa em pé. Só resta ao turista caminhar pela rua.
“Toda área portuária no Brasil é degradada, isso não é novidade. O que lamentei aqui no Recife é que o porto fica muito próximo de alguns dos pontos turísticos da capital, como o Marco Zero e o casario do Bairro do Recife. E o acesso a pé a esses lugares é bem complicado mesmo. Eu fui com minha mulher e achei péssimo. Tive até medo”, criticou o turista John Freiz, 60 anos.
Atravessar a Avenida Alfredo Lisboa é um risco, isso porque a via é hoje um corredor de ligação entre a Zona Sul do Recife e o Centro, a Zona Norte e o município de Olinda, na Região Metropolitana. Ontem pela manhã, depois da chegada de mais um cruzeiro internacional, o que se via na saída do terminal marítimo eram turistas se arriscando entre os veículos. Sem um semáforo, um redutor de velocidade ou ao menos uma faixa de pedestres, só restava correr para conseguir fazer a travessia. Taxistas não credenciados pelo porto se aglomeram ao longo da via na tentativa de conseguir passageiros, provocando retenções e complicando ainda mais a situação para os pedestres.
Sileno Guedes, diretor-presidente do Porto do Recife, reconhece que a infraestrutura está precária no entorno do terminal, mas argumenta que a situação é provisória porque a área está em obras para construção de um terminal de primeiro mundo. “Os tapumes isolando a área do porto, por exemplo, estão lá porque as obras de urbanização começam no próximo dia 20. Estamos investindo R$ 20 milhões nesse projeto, que vai mudar a cara da região”, argumentou.
Já a prefeitura enviou nota explicando que criou uma área para estocar os táxis que atendem ao terminal. Afirma também que agentes de trânsito têm controlado a circulação dos veículos e a travessia de pedestres.
ACIDENTE - As turistas alemãs que foram atingidas por um portão de ferro do Armazém 8, no Porto do Recife, na última quinta-feira, continuam internadas no Hospital Santa Joana, nas Graças, Zona Norte. Ingeborg Geb Heege Heinrich, 65 anos, teve alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e está internada em um quarto do hospital, mas sem previsão de alta. Já a alemã Claudia Maria Haefs, 65, continua na UTI, após passar por uma cirurgia para correção da fratura na vértebra. Ela está consciente e respirando sem a ajuda de aparelhos, mas não há previsão de alta.
Fonte: Do Jornal do Commercio Online
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