Estivadores que trabalham no Porto de Santos, no litoral de São Paulo, iniciaram na manhã desta segunda-feira (28) uma mobilização em apoio à greve dos caminhoneiros, que já dura oito dias na Baixada Santista e Vale do Ribeira. Representantes dos sindicatos dos Petroleiros, Gráficos, Trabalhadores da Construção Civil e Judiciários se uniram à passeata, que percorreu diversas ruas de da cidade.
Segundo o Sindicato dos Estivadores (Sindestiva), mais de 60 entidades que representam trabalhadores de Santos deverão se solidarizar à greve dos caminhoneiros e à paralisação dos estivadores. O evento começou na Rua dos Estivadores, onde localiza-se a sede do sindicato, próximo ao Centro.
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Do local, os sindicalistas seguiram em passeata até a Alemoa, acesso à Margem Direita do Porto de Santos, onde estão concentrados os caminhoneiros autônomos em greve.
Estivadores fazem mobilização em apoio à greve dos caminhoneiros em Santos, SP (Foto: Divulgação) Estivadores fazem mobilização em apoio à greve dos caminhoneiros em Santos, SP (Foto: Divulgação)
Estivadores fazem mobilização em apoio à greve dos caminhoneiros em Santos, SP (Foto: Divulgação)
Estivadores
Os estivadores paralisarão as atividades das 13h às 19h, por não terem fechado ainda os acordos e a convenção coletiva de trabalho da data-base de março. A decisão foi aprovada em assembleia na manhã de sábado (26), por unanimidade. O presidente do sindicato, Rodnei Oliveira da Silva, o ‘Nei’, reclama da morosidade nas negociações. Os estivadores aproveitarão a interrupção do trabalho para se solidarizar aos caminhoneiros em greve.
Histórico
Pelo oitavo dia consecutivo, os caminhoneiros autônomos permanecem realizando protestos nos acessos ao Porto de Santos contra o preço dos combustíveis. Equipes da Polícia Militar e da Guarda Portuária acompanham o protesto, que não registrou ocorrências ou necessidade de intervenção, segundo informações oficiais divulgadas pelas corporações.
Na terça-feira (22), os caminhoneiros bloquearam o acesso ao pátio, em Cubatão (SP), que faz a triagem de veículos comerciais que seguem em direção aos terminais do Porto de Santos.
A situação também afetou o acesso ao Porto de Santos. A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) informou que, desde segunda-feira (21), o complexo, que é o maior do Brasil, apresenta redução nas operações de recepção e entrega de mercadorias pelos terminais. Já as operações de atracação e carga e descarga de navios ocorrem normalmente, sem qualquer comprometimento.
Os terminais do Porto de Santos iniciaram, na quarta-feira (23), o racionamento de combustível para manter as operações internas nas empresas. Entidades do setor alertam para falta de espaço para armazenamento de cargas desembarcadas de navios, e pedem intervenção de força policial.
A Associação Brasileira de Fornecedores de Navios (ABFN) alertou para a falta de mantimentos para a tripulação dos navios. Segundo a ABFN, sete navios, das 35 embarcações que estão atracadas no Porto de Santos, zarparam sem o consumo de bordo. "As embarcações que possuem estoque em nível razoável para um trajeto longo zarparão com menos problemas do que outras, porém, o recebimento de mercadorias perecíveis atinge a todas, sem exceção", explicou em nota.
Em média, são 25 trabalhadores por embarcação. Somando todos, somente no Porto de Santos, são 1.225 tripulantes. Dos 35 navios, seis têm tripulação nacional e o restante tem trabalhadores estrangeiros.
Fonte: G1