Fechamento do porto evidencia fragilidade logística do PR

Interdição arranha imagem do terminal paranaense, que já vem perdendo cargas para SC, RS e SP - A nova queda de braço entre o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Adminis­tração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) por falta de licenças ambientais trouxe novamente à tona a fragilidade logística do Paraná. Em um setor cada vez mais competitivo também pela maior participação do Brasil na economia internacional, a interdição por quase 10 horas do terminal na última quinta-feira arranha novamente a imagem do porto paranaense – em um momento em que estados vizinhos ampliam sua capacidade portuária.
Os danos institucionais de Paranaguá foram destacados pelo próprio superintendente da Appa, Mário Lobo Filho, na sexta-feira. “Os prejuízos para a imagem são muito fortes porque o Porto de Paranaguá é importante para o mundo inteiro”, admitiu, adicionando ainda que o embargo gerou um “embaraço que deixou os exportadores nervosos.”
Enquanto isso, Santa Catarina deve ampliar a competição na movimentação de contêineres na região até o fim do ano, quando deve entrar em operação o Porto de Itapoá (Tecon SC). Distante 130 quilômetros de Curitiba, deve atrair cargas das mesmas áreas de influência dos portos de Parana­guá, São Francisco do Sul, Itajaí e Navegantes – este último inaugurado há poucos anos.
Enquanto o estado vizinho amplia os investimentos, desde 2008 estão interrompidos os planos do governo estadual de construir, em Pontal do Paraná, o chamado Porto do Mercosul. O governador Roberto Requião tinha o objetivo de desapropriar áreas particulares para instalar um segundo terminal marítimo público, porém a 22.ª Vara Federal anulou metade das declarações de utilidade pública coletadas pelo Exe­cuti­vo estadual.
No serviço de cargas a granel, vocação de Paranaguá, o Rio Grande do Sul também é um competidor importante. Ao noticiar o embargo no porto paranaense, o jornal gaúcho Zero Hora destacou que a interdição beneficiaria diretamente o porto de Rio Grande, uma vez que, temporariamente, ele havia se tornado o único da Região Sul com estrutura para exportação de grãos.
Além disso, o maior terminal brasileiro, Santos (SP) continua atraindo importadores que atuavam no Paraná. “As alternativas a Paranaguá são Santos e Itajaí, com uma certa vantagem para Itajaí”, diz Eduardo Lucas da Silva, sócio-administrador da Ideal Assessoria em Comércio Exterior. A vantagem se dá pela maior agilidade nos trabalhos da Receita Federal catarinense.
Pedágio
Nilson Hanke Camargo, assessor técnico e econômico da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), lembra que em outras ocasiões de paralisia no estado a produção paranaense ficou dividida entre Santos e São Francisco do Sul. Para ele, São Francisco é a solução mais natural, ainda com a vantagem de menor pedágio rodoviário. Já a Star­trade Assessoria em Comércio Exte­ri­or, em outras ocasiões, transferiu as operações para Itajaí, que tem frete mais próximo do que se paga hoje em Paranaguá. “Mas Para­na­guá já vem perdendo navios para Itajaí e Santos”, diz o diretor Luís Maurício Gar­dolinski.

Fonte:Gazeta do Povo (PR)/André Lückman e Marcio Antonio Campos

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