O valor da operação não foi revelado, mas o aporte deu o fôlego necessário para que a empresa iniciasse as atividades no mercado de biodiesel.
A Fiagril e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) chegaram a um acordo para acertar a saída do banco de fomento do capital social da trading sediada em Lucas do Rio Verde, no médio-norte de Mato Grosso. Desde 2007 o BNDES detinha uma participação de 25% da companhia, fatia que foi recomprada pelos acionistas. Com isso, a estrutura societária da empresa volta a ser a mesma que existia antes da entrada do banco.
Pelo contrato assinado em 2007, o banco tinha até cinco anos para sair da empresa, por meio de dois caminhos. O primeiro previa a abertura do capital da Fiagril, que permitiria ao BNDES vender suas ações no mercado. O segundo era exatamente a recompra da participação do banco, o que poderia acontecer até o prazo final do contrato.
"Tanto a Fiagril quanto o BNDES entenderam que não seria o momento para uma abertura de capital. Foi uma oportunidade interessante para os dois lados. O BNDES foi um excelente sócio e nosso relacionamento segue muito bom", afirma Miguel Vaz Ribeiro, presidente-executivo da Fiagril. Em sua avaliação, seria mais barato recomprar neste momento os 25% do BNDES do que esperar até o prazo final.
O executivo não revela o valor da operação, mas lembra que o aporte feito pelo banco deu o fôlego necessário para que a empresa iniciasse as atividades no mercado de biodiesel. A usina da empresa está instalada no município de Lucas do Rio Verde, consumiu investimentos de R$ 30 milhões e deve comercializar em 2010 aproximadamente 100 milhões de litros do combustível.
Com a saída do BNDES a Fiagril ganha mais flexibilidade para colocar em prática seu plano de expansão. Com previsão de faturar R$ 1,3 bilhão em 2010 - crescimento de 8% sobre 2009 - o grupo tem planos de aplicar R$ 250 milhões nos próximos cinco anos, sendo R$ 150 milhões até 2012.
A ideia é dobrar a capacidade de armazenagem de grãos, construir uma indústria de esmagamento de soja e instalar um terminal portuário no Pará, aproveitando os avanços logísticos que têm ocorrido no médio norte de Mato Grosso, principalmente na BR-163.
Os dois primeiros investimentos ocorrerão na indústria de processamento e na ampliação dos armazéns. "Hoje temos que vender a soja em grão e comprar o óleo para fazer o biodiesel. A unidade daria autossuficiência para nossa produção do combustível, além de gerar o farelo para atender a demanda das indústrias de proteína animal instaladas na região", afirma Ribeiro.
No caso da capacidade de armazenagem, a meta é elevar de 500 mil para 700 mil toneladas até 2012 e chegar a 1 milhão de toneladas em 2015. "Dentro do nosso plano de investimento não está descartada a possibilidade de construirmos uma nova usina de biodiesel", diz o presidente.
Já a construção do terminal portuário no Pará, aproveitando a saída para o mar pela região Norte, estão previstos investimentos de aproximadamente R$ 100 milhões. Ainda não foi definido o local de instalação, mas já existem duas possibilidades no radar: Santarém e Itaituba. O segundo município fica na margem esquerda do rio Tapajós, ao sul de Santarém.
Fonte:ExpressoMT
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