Mais importante que o protecionismo à indústria nacional com o aumento do IPI dos carros importados, o problema logístico do Brasil deveria ser colocado como questão de máxima urgência pelo governo. Os portos brasileiros são focos de atraso (veja reportagem sobre a baixa qualidade da infraestrutura portuária na EXAME que está nas bancas) e prejudicam a competitividade das empresas. A Nissan, que está em fase de expansão no país, tem passado sufoco para encontrar vaga nos portos para o desembarque de peças e modelos que vêm do México.
O porto de Paranaguá, que fica próximo à fábrica da montadora, localizada na cidade paranaense de São José dos Pinhais, está no limite da capacidade. Para contornar essa dificuldade, a Nissan, que pretende ampliar suas operações na região sudeste nos próximos meses, conseguiu negociar com o porto capixaba de Vitória parte do desembarque dos modelos Sentra, Tiida, March e Versa. A continuar o ritmo de crescimento das vendas no Brasil – nos últimos 12 meses a marca registrou aumento de 83,5% do emplacamento de veículos –. a direção da Nissan calcula que será necessário buscar um terceiro local para o desembarque. Até agora, porém, seus executivos não encontraram uma nova alternativa. As negociações com outros portos mostram uma baixa capacidade de movimentação de carga, longo tempo de espera e lentidão no desembarque. Apertada por esse gargalo da infraestrutura brasileira, a montadora já projeta um aumento do seu custo logístico. O detalhe é que a Nissan tem menos de 2% de participação nas vendas do mercado interno de automóveis.
Márcio Kroehn
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