O projeto de construção da Ferrovia Norte-Sul entre o Paraná e o porto de Rio Grande, deixado de fora pelo governo federal do novo plano de concessões, retoma fôlego. É a garantia recebida por secretários dos três Estados do Sul em encontro, nesta terça-feira (28), com representantes do Ministério dos Transportes e o presidente da recém-criada Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo.
O coro pela construção do trecho de 1,6 mil quilômetros até o porto gaúcho, passando por Chapecó (SC) e Passo Fundo, foi reforçado, em Brasília, durante a apresentação do Projeto Sul Competitivo. O estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mapeou os gargalos no transporte de cargas na Região Sul.
Há duas semanas, ao lançar o Programa de Investimentos em Logística, o governo federal indicou outra ferrovia já existente na região — ligando São Paulo a Porto Alegre, passando por Mafra (SC). Assim, o trecho pretendido da Norte-Sul estaria fora dos planos no momento, na contramão do que diz o secretário de Infraestrutura gaúcho, Beto Albuquerque:
— O governo federal explicou que não houve descarte da obra, só esclareceu que neste primeiro momento a prioridade ficou no aproveitamento de ferrovias existentes.
A fim de manter o sonho em pé, a Valec, empresa ligada ao Ministério dos Transportes, deve dar continuidade à licitação para a elaboração dos estudos técnicos da ferrovia, prevista para setembro. Ao mesmo tempo, governos e federações das indústrias do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Paraná vão pressionar para que a obra, com orçamento estimado em R$ 7,2 bilhões, seja incluída no plano de concessões do governo. Conforme cálculos do estudo Sul Competitivo, se a obra sair do papel, em uma década o trecho pode representar economia anual de R$ 755 milhões em logística.
Para o presidente da Fiergs, Heitor José Müller, o trem é fundamental para evitar um colapso no transporte das cargas gaúchas, em especial grãos, como a soja levada da região de Passo Fundo para o porto de Rio Grande.
— Exagerando, se nada for feito, em 2020 teremos filas de caminhão para chegar ao porto começando lá em Santa Rosa — alertou Müller.
Fonte: Zero Hora / Guilherme Mazui
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