Moradores solicitam documentos sobre valores dos terrenos
Um grupo de posseiros está questionando, na Justiça, os laudos expedidos sobre suas propriedades em Suape, para a retirada das famílias. José Roberto Lapa, advogado dos moradores (representando as famílias dos engenhos Conceição Nova, Arandepe e Tabatinga), entrou com um mandado de segurança coletivo, seguido de uma liminar, pedindo que os laudos sejam apresentados aos insatisfeitos. O juiz da Comarca de Ipojuca, Haroldo Carneiro, proferiu despacho concedendo 72 horas para o presidente de Suape, Fernando Bezerra Coelho, decidir se apresenta os documentos solicitados.
Caso a diretoria portuária não envie o material no prazo cabível, o juiz deve analisar se exigirá a imediata entrega dele. “Com a liminar que interpusemos, os prazos para as medidas judiciais tendem a acelerar”, explicou Lapa. “Pelo menos 457 famílias (das 609 que estão incluídas no terreno chamado de Fazenda Nova) vão contra o encaminhamento que Suape está dando com o apoio de Bruno Maranhão (membro da coordenação nacional do MLST). Cobramos o laudo que eles fazem sobre o valor do terreno e não tivemos acesso. Eles oferecem R$ 20 mil numa propriedade de R$ 100 mil e terminam dando até R$ 35 mil”, asseverou o representante do engenho de Conceição Nova, Mário Antônio.
Ele ainda contou que sua facção rompeu com Bruno há meses porque o mesmo queria que os moradores acatassem os laudos feitos pelos técnicos do governo. Paralelamente, o grupo contratou técnicos de uma empresa para fazer os mesmos laudos e constatar que, de fato, a diferença existia. O presidente de Tabatinga, Adriano Francisco, pôs em dúvida o número de 81 famílias que teriam acordado um valor de indenização para deixar os terrenos. Outras oito firmaram contrato anteriormente.
Fonte: Folha de Pernambuco/PAULO MARINHO
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