O ministro dos Portos, Helder Barbalho (PMDB-PA), pretende entregar o cargo à presidente Dilma Rousseff na tarde da última quarta-feira (20). A decisão do titular da Secretaria de Portos (SEP) de desembarcar do Governo Federal é definitiva. Já os impactos da medida na pasta e na Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) ainda são incertos.
Barbalho permaneceu no comando da SEP, cargo que ocupa desde outubro do ano passado, mesmo após a decisão do PMDB de abandonar a base aliada do governo, o que ocorreu em março último. Antes da pasta dos Portos, ele chefiou a Secretaria de Pesca e Aquicultura, posto que assumiu no início de 2015.
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No entanto, agora, o ministro mudou seus planos e entregará o cargo, conforme apurou a Reportagem. Barbalho, inclusive, foi ao Palácio do Planalto na última segunda-feira para apresentar sua demissão à presidente. A situação não ficou definida e foi acertado de ele voltar hoje para acertar a questão.
Segundo o secretário-executivo da SEP, Luiz Otávio de Oliveira Campos, hoje será “o dia D de desembarque”. No entanto, ainda não há informações sobre o futuro da SEP.
“Ele quer ficar e sair. Ficar porque quer terminar o trabalho. Ainda faltam algumas coisas para serem concluídas, principalmente esse leilão (para a concessão de áreas portuárias no Pará) agora. Mas ele quer sair porque há uma decisão do partido para que os ministros entreguem o cargo, uma pressão que é normal da condição político-partidária”, destacou o braço direito de Barbalho.
Campos explica que o titular da SEP permaneceu no cargo até agora para concluir importantes projetos da pasta, entre eles a contratação das obras de dragagem do Porto de Santos, ocorrida na última semana.
“Ele realmente precisava ficar para concluir essas pendências, até pela idade e pela determinação que tem. E há a questão lá do estado (Pará), o projeto de revitalização do Porto de Belém, que ele deixou o projeto para ser implantado. São coisas importantes”, destacou Campos.
Na Codesp
No Porto de Santos, o clima é de espera. Enquanto não há uma definição sobre o comando da SEP, a diretoria da Codesp continua as rotinas administrativas, sem indicativos de mudanças por parte da pasta.
O diretor de Engenharia da estatal, Antonio de Pádua de Deus Andrade, teve contato com Barbalho na última terça-feira. Mas não foi informado sobre os planos do ministro.
“Eu ainda não recebi nada, nenhum comunicado oficial de sair. A gente é cargo de confiança e a gente sabe disso. Tanto eu, como o Alex (Oliva, diretor-presidente da Docas) e os outros, somos todos cargos de confiança e nós sabemos como funciona. Apesar de termos perfil técnico e currículo para isso, existe a questão política. Estamos super tranquilos com isso, tocando a vida normalmente, trabalhando muito em prol da Codesp”, destacou Pádua.
O executivo tinha uma reunião marcada para a tarde de hoje com Barbalho para tratar de assuntos técnicos da Codesp, mas o encontro foi desmarcado por conta da agenda com a presidente Dilma Rousseff. Atualmente, o diretor também cuida do setor administrativo-financeiro da Docas, por conta da licença médica do diretor Celino Fonseca, que sofreu um acidente doméstico.
“Na ligação, (Barbalho)mandou que eu trabalhasse e vamos tocar a vida. Estamos dando o nosso melhor, despachando normalmente com as duas equipes, atendendo arrendatários, de mangas arregaçadas, trabalhando pela Codesp”, afirmou Pádua.
Fonte: A Tribuna online/FERNANDA BALBINO