A expectativa de crescimento da economia brasileira tem atraído o interesse de países europeus. Um deles é a Holanda, que recentemente passou o chapéu por aqui em missão oficial.
Oferecendo vantagens ao investidor brasileiro, como infraestrutura logística, custos competitivos e até mesmo incentivos fiscais, a Holanda quer intensificar as relações comerciais com a maior economia da América Latina.
Tido como maior porto europeu e quarto maior terminal marítimo do mundo, Roterdã é o principal polo de operações logísticas do continente.
A alta eficiência do terminal faz com que a Holanda concentre boa parte da entrada dos produtos que são comercializados na Europa.
Atualmente são 40 mil empresas operando em Roterdã, com pessoas de 170 nacionalidades diferentes.
Por enquanto, das 23 companhias nacionais presentes na Holanda, dez têm unidades de negócio na cidade. A ideia é, no entanto, aumentar esse número.
"Identificamos uma inclinação das empresas que utilizam a estrutura logística holandesa a montar seu escritório comercial na Holanda e estamos aqui, prioritariamente, em busca dessas companhias", afirma Odécio Roland Filho, diretor do escritório brasileiro da Agência Neerlandesa de Investimentos Estrangeiros (NFIA), o primeiro na América Latina
A exigência é que as empresas candidatas sejam capazes de investir € 500 mil ou criar cinco postos de trabalho na Holanda.
No escritório da NFIA, as empresas brasileiras contarão gratuitamente com consultoria, informações e uma rede de parceiros comerciais e instituições governamentais holandesas.
Acordos
Atualmente, uma empresa já fechou acordo de investimento na Holanda via NFIA, para construção de um centro de distribuição e um escritório de vendas em Roterdã. "Esse é o nosso primeiro projeto concreto", destaca Roland.
Uma segunda companhia já está em fase adiantada de negociação, com o objetivo de estabelecer um escritório comercial para atender à toda Europa. "Existem outros países interessados, mas a Holanda tem grandes chances", afirma o executivo.
Ambas são do setor de alimentação, mas seus nomes estão preservados em sigilo até o anúncio oficial das companhias.
Para colaborar na busca de novos investidores, Roland garante que há incentivos fiscais para empresas que pretendem se instalar no país.
"Cada caso é analisado individualmente, mas o país está disposto a oferecer alguma vantagem às empresas."
Entre os critérios está a participação em setores considerados estratégicos pelo governo holandês. Estão na lista de preferências as áreas de energia, alimentos, aviação e a indústria química.
Para incentivar as companhias a utilizar a infraestrutura local, hoje o porto de Roterdã conta com uma nova área de armazenagem.
Com capacidade e oferta ampliadas, Rolland afirma que o custo de operação em Roterdã hoje consegue ser mais competitivo frente aos portos europeus.
Competitividade
Justamente pela sua boa infraestrutura logística - além dos seis portos, o país conta com malhas de rodovias, ferrovias e hidrovias capazes de distribuir produtos por toda a Europa -, a Holanda sempre foi considerada um grande centro de negócios.
"Nessa condição, o país consegue propagar para o mundo inteiro um grande volume de investimentos, o que fez da Holanda uma importante praça bancária na Europa", acrescenta o professor de Relações Internacionais da Faap, Marcus Vinícius Freitas.
O grande consumo interno e a extensão do Brasil e influenciam na grande participação da Holanda na nossa rota comercial.
A fragilidade do setor exportador nacional, segundo o professor, faz com que "acabemos terceirizando a lucratividade por ineficiência nossa".
Fonte: Brasil Econômico/Bárbara Ladeia
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