Complexo do Pecém recebeu a Cimentos Apodi e terá a termelétrica da Kroma, entre projetos captados
Investimentos deverão beneficiar 33 municípios em sete macrorregiões. Na área de energia chegam a R$ 1,7 bilhão
Um investimento da ordem de R$ 3,6 bilhões foi aprovado para o Ceará no ano passado, através de 219 pleitos referentes ao Fundo de Desenvolvimento Industrial (FDI). Os projetos, alguns já em implantação, tiveram o seu Protocolo de Intenções acatado pelo Conselho de Desenvolvimento Industrial (Cedin), que aponta que, entre estes, 101 são referentes a novos empreendimentos. O restante se refere a ampliações.
O governo projeta que, com as novas indústrias e o aumento da capacidade das já existentes, haja uma geração de 15.135 empregos diretos.
Os investimentos deverão beneficiar 33 municípios em sete macrorregiões. De acordo com o Governo do Estado, os projetos que envolvem recursos mais vultosos se referem ao segmento de energia alternativa, que terá em torno de R$ 1,7 bilhão. Os maiores são a Kroma Investimentos e Participação Ltda., que fará um aporte de R$ 380 milhões na sua instalação em São Gonçalo do Amarante, gerando 160 empregos.
Ali próximo, em Caucaia, também dentro do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), como a Kroma, está sendo construída a Aeris Energy, que é uma fábrica de pás para geradores eólicos. Apesar de a empresa ter informado, na edição de ontem do Diário do Nordeste, que investirá cerca de R$ 50 milhões, o protocolo apontado pelo Governo do Estado informa um investimento de R$ 80 milhões. Mesmo com um orçamento menor, a empresa gerará mais empregos, criando 340 novas vagas.
Por outro lado, mesmo com um investimento bem menor em relação aos projetos energéticos, são as empresas calçadistas as que apresentam maior potencial gerador de empregos. A Melbros Indústria e Comércio de Calçados Ltda., que colocará R$ 40,9 milhões na instalação de sua fábrica em Tauá, irá abrir 950 postos de empregos, e a Coopershoes Cooperativa de Calçados e Componentes Joanetense Ltda. gerará 766 vagas com um aporte de R$ 28,6 milhões na sua futura unidade em Morada Nova.
Os resultados estão presentes na Mensagem à Assembleia Legislativa 2011, assinada pelo governador Cid Gomes e levada na última quarta-feira à Casa pelo governador em exercício, Domingos Filho. O documento também aponta a atração de 18 empresas ligadas ao agronegócio, a serem localizadas em 13 municípios. Destas, sete contaram com incentivo do FDI, entre elas a multinacional Danone, que reativou sua indústria em Maracanaú.
O Governo do Estado planeja atrair, neste ano, 40 novos empreendimentos de grande e médio portes.
Segundo a mensagem do governador, os investimentos deverão ser orientados "para áreas prioritárias e impactantes para a economia local, favorecendo a desconcentração industrial da RMF, promovendo o fortalecimento das cadeias produtivas envolvidas, incrementando a oferta real de empregos, notadamente em atividades industriais nas quais o Estado do Ceará apresenta vocação, dentre eles os setores têxtil, metalmecâni-ca, agronegócio e geração de energia alternativa". O governo também se comprometeu a instalar, neste ano, a infraestrutura básica da Cidade do Atacado, em Caucaia. O projeto é formado por um complexo de negócios atacadistas voltado para o abastecimento de 67% de todos os produtos de primeira necessidade do Ceará, envolvendo investimentos privados de R$ 200 milhões, e criando 2.500 empregos na construção e 5.500 na operação.
2 MILHÕES DE MW
3ª térmica do Pecém terá R$ 380 mi de investimentos
A terceira usina termelétrica do Pecém está em fase de instalação e a expectativa é que comece a operar ainda este ano, a partir de julho, em São Gonçalo do Amarante. Segundo o diretor de Infraestrutura da Adece (Agência de Desenvolvimento do Ceará), Eduardo Neves, a Kroma Investimentos, uma empresa com origem em Pernambuco e Rio de Janeiro, pediu incentivo ao Estado por meio de protocolo de intenções em julho do ano passado. "Este é o incentivo que se dá a este tipo de atividade", explica Neves, referindo-se à geração de energia alternativa. Com investimentos de R$ 280 milhões, a termelétrica declarou geração de 2 milhões de MW (megawatts), de 160 empregos diretos e prazo de 12 para começar a operação.
Incentivos
O Estado concedeu, diz Neves, diferimento de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) na compra de máquinas e equipamentos para compor o ativo fixo da empresa.
Sobre o início da operação, o diretor da Adece explica que o protocolo de intenções tem validade de dois anos. Isso quer dizer que o início da operação pode ocorrer até julho de 2012.
As outras duas termelétricas do Pecém estão em construção. Uma é a Pecém II da MPX, do grupo de Eike Batista. A outra é a Pecém I, que tem como sócios da MPX e a EDP.
Fonte: Diário do Nordeste (CE)/SÉRGIO DE SOUSA
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