A Associação de Terminais Portuários Privados (ATP) divulgou, nesta segunda-feira (22), seu relatório semestral no qual informa que foi registrada queda de 17,2% do saldo da balança comercial brasileira no primeiro semestre de 2025. na comparação com o mesmo período do ano passado. O resultado total foi de 46,99 bilhões de dólares e, segundo o boletim da ATP, o recuo no saldo foi motivado pela redução de 3,5% nas exportações, que somaram 144,7 bilhões de dólares, e aumento de 4,8% nas importações, que fecharam o semestre com 97,7 bilhões de dólares.
De acordo com o relatório, o recuo das exportações foi puxado principalmente por soja, petróleo e minério de ferro, que, juntos, foram 8 bilhões menores que nos seis primeiros meses de 2024. A perda foi motivada pela redução de 9,6% no preço da soja e de 16,6% no do minério. No caso dos combustíveis, caíram a quantidade exportada, em 3,3%, e os preços, em 7,9%.
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Nas exportações, as maiores altas no semestre foram nas vendas de gorduras e óleos animais ou vegetais, com 53,4%, e de café, chá, mate e especiarias, com 49,1%. Nas importações, os destaques foram máquinas e equipamentos industriais, que totalizaram 13,8 bilhões de dólares e registraram alta de 12,4%, resultado do avanço expressivo nos volumes adquiridos em 2025. Já a compras de produtos farmacêuticos aumentaram 32,94% e as de produtos químicos orgânicos 23,37%.
Nos seis primeiros meses de 2025, segundo o relatório da ATP, houve aumento de 2,83% nas exportações para os Estados Unidos, somando 17,3 bilhões de dólares, de 57,62% para a Argentina, de16,52% para a Coréia do Sul, de 11,45% para a Índia e de 4,6% para a Alemanha. Mas as vendas caíram 22,38% para Singapura, 13,87% para o México, 10,47% para Espanha, 1,07% para a Holanda e 7,56% para a China.
O boletim informa, com base em dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), que portos e terminais brasileiros movimentaram no semestre 653,7 milhões de toneladas, com aumento de 1% sobre o volume do mesmo período do ano passado. Do total, os terminais de uso privado (TUP) movimentaram 422,3 milhões de toneladas e registraram alta de 1,9%. Os portos públicos foram responsáveis por 231,5 milhões de toneladas movimentadas, com redução de 0,53%.
A movimentação de carga conteinerizada cresceu no semestre 6.2%, a de carga geral e o de granel sólido de 5,2% e 0,7%, respectivamente. Já o granel líquido e gasoso apresentou queda de 1,4%, reflexo da redução na movimentação de combustíveis minerais.
Por região, o destaque foi o Centro-Oeste, com crescimento de 77,1% e 4,8 milhões de toneladas movimentadas. No Sul, o aumento foi de 2,9%, com 93,8 milhões de toneladas, no Nordeste de 0,8% e no Sudeste de 0,5%. Já a região Norte registrou queda de 1,2%. Mas os TUPs da região tiveram aumento de 2,35% na movimentação, os do Nordeste de 1,9% e os do Sudeste de 1,2%.
“As mudanças nas políticas comerciais e nas condições externas podem seguir impactando o comércio marítimo, reforçando a necessidade de adaptação dos terminais portuários e da cadeia logística para sustentar a competitividade do Brasil”, comentou em nota o presidente da ATP, Murillo Barbosa. A associação reúne empresas de grande porte com 72 terminais privados no país, que atuam em áreas como agronegócio, mineração, siderurgia, petróleo e gás, contêineres e complexos logísticos, relevantes para o comércio exterior brasileiro.