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Lei dos portos deve impulsionar locadoras

A Lei dos Portos sancionada na quarta-feira pela presidente Dilma Rousseff vai gerar investimentos capazes de aumentar a demanda no setor de locação de veículos, o que pode levar o mercado de capitais a revisar para cima os atuais preços-alvo das ações das companhias Localiza e Locamerica. Segundo executivos das empresas e analistas do setor financeiro, o crescimento da receita desse segmento em 2013 pode chegar a 14%, contra uma projeção mais conservadora de 11%, sem considerar os novos investimentos em infraestrutura.

"A Lei dos Portos traz um duplo impacto", afirma Luis Fernando Memória Porto, presidente da Locamerica, que teve receita líquida consolidada de R$ 444,1 mil em 2012, sendo R$ 303,8 milhões com locação. "No médio e longo prazo, o ganho de competitividade do país torna as empresas brasileiras mais competitivas, aumentando margens e capacidade de investir e crescer. E no curto prazo já cria demanda na licitação, no planejamento e na execução das obras."

O diretor financeiro e de relações com investidores da Localiza, Roberto Mendes, vai na mesma linha. "Dentro de três a seis meses já veremos demanda que começa no planejamento dos investimentos. Mas o maior impacto acontece no fim deste ano e em 2014", diz o executivo da líder do setor no país, que teve receita líquida de R$ 1,09 bilhão no ano passado.

Segundo a Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla), o faturamento do setor em 2012 foi de R$ 6,2 bilhões, uma alta de 9,9% em relação a 2011 - com 57% de locações destinadas para a terceirização de frotas corporativas, 19% para o turismo de lazer e 24% para o turismo de negócios.

O presidente do Conselho Nacional da Abla, Paulo Gaba Jr., acredita que a nova legislação está entre os fatores que podem levar o setor a crescer mais que 10%. "As empresas que se envolverão nas obras de modernização da infraestrutura tenderão a demandar mais serviços, incluindo aí a terceirização de frotas de automóveis", afirma Gaba.

Os executivos das locadoras dizem que esse evento terá força para anular variáveis negativas, como o crescimento menor do PIB. De acordo com o boletim semanal produzido pelo Banco Central com base em projeções de instituições financeiras e consultorias, há seis meses a projeção para o crescimento da economia brasileira em 2013 era de 3,70%; hoje cedeu para 2,77%.

Segundo Mendes, da Localiza, o mercado de locação cresce em média quatro a cinco vezes a variação do PIB - o que permite estimar uma taxa potencial para este ano entre 11% e 14%. A tendência, agora, é alcançar o patamar mais alto. "A Lei dos Portos vai ajudar o PIB do ano a crescer puxado mais por investimentos que por consumo. E isso favorece nosso setor, que tem mais demanda de empresas que de consumidores finais", diz.

Para analistas de instituições financeiras, esse cenário pode favorecer o desempenho das empresas do setor na bolsa. "As companhias bem posicionadas vão aproveitar e se beneficiar desse marco que é um dos mais relevantes para a infraestrutura do país", disse Mário Bernardes Jr, do BB Investimentos. "Os papéis já registraram uma reação positiva após a aprovação da MP [dos portos], mas os preços-alvo vão ser revisados na medida em que projetos de investimentos efetivos forem anunciados."

Bernardes projeta que as revisões nos preços-alvo das empresas começarão a ser feitas ao longo do próximo semestre, esperando para 2014 o início do impacto efetivo dos novos projetos nos balanços das companhias. Como os analistas buscam antecipar esses cenários, as análises com estimativas nos relatórios do mercado serão feitas ainda em 2013. "Haverá revisão de modelagem de preço neste ano", afirma.

O BB Investimentos tem recomendação de compra ("outperform") para a Localiza, com preço-alvo de R$ 41,75 para dezembro. Para a Locamerica, o preço-alvo é de R$ 15,20, com igual indicação.

Os executivos afirmam que a revisão para cima nos preços-alvo das ações pode ser mais factível se as margens crescerem juntamente com as receitas, cenário que o presidente da Locamerica acredita ser possível. "Sem dúvida, terá impacto em margens com um cenário de players [locadoras] estabilizado, sem novos entrantes, mas com a demanda crescendo", afirma Porto, que entregou uma margem sobre receita líquida de locação de 57% no fim do primeiro trimestre deste ano, quando a Locamerica obteve R$ 46,8 milhões em lucros antes de amortizações, juros, impostos e depreciação (Ebitda).

A Localiza também conta com um ambiente de demanda mais aquecida a partir deste mês para elevar as margens, que fecharam os três primeiros meses do ano em 35,6% no segmento de locação de veículos. "Vamos fechar o ano mais perto de 39,5%. Basta fazer a conta para chegar aos números que esperamos para os próximos trimestres", disse o diretor financeiro, Roberto Mendes.

Embora a maior parte dos especialistas ouvidos pelo Valor enxergue cenário positivo para a locação de veículos com a Lei dos Portos, alguns profissionais ponderam que o ritmo de investimentos no Brasil costuma ser afetado por questões externas ao risco do negócio, como legislação ambiental.

O analista-chefe da SLW, Pedro Galdi, diz que as empresas mais impactadas pela legislação dos portos serão aquelas com relação direta com o setor, como Login e Santos Brasil. "Entendo que no caso dos portos as empresas mais impactadas serão aquelas com relação direta", diz. Também o analista da Empiricus Research, Roberto Altenhofen, está entre os que assumem uma posição mais cautelosa. E chama atenção para o fato de ainda haver pontos conflitantes entre o texto aprovado no Congresso e a versão sancionada pela presidente Dilma Rousseff.

Fonte: Valor






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