Objetivo do grupo é dobrar a capacidade instalada de seus terminais
SÃO PAULO - O Grupo Libra, responsável por 15% de toda a movimentação de contêineres do Brasil, vai investir R$ 1,2 bilhão em cinco anos para dobrar a capacidade instalada de seus terminais e criar novas alternativas de logística para seus clientes. Na estratégia de crescimento, o conglomerado não descarta nem uma possível fusão ou aquisição de ativos, seja na atividade portuária, seja em outros serviços de transportes, afirma o presidente da empresa, Marcelo Araújo.
Segundo ele, embora os preços estejam altos, há muita oportunidade de negócios no País. "Estamos entrando numa segunda fase dos terminais portuários. A primeira foi a das superestruturas e modernização. Daqui para a frente temos de ampliar essa estrutura, que se esgotou com o forte aumento da demanda", afirma o executivo, que está desde 2007 à frente da holding. Antes, Araújo passou por Natura, Shell, CSN e Camargo Corrêa.
As instalação do Porto de Santos, maior da América Latina, vão receber a maioria dos investimentos, de R$ 550 milhões. Os recursos serão aplicados especialmente na integração dos terminais – processo que já foi aprovado pela autoridade portuária (Codesp) e está em análise na Advocacia Geral da União (AGU) e na agência reguladora (Antaq).
Com a unificação, a Libra passará a ter 1,7 mil metros de berço continuado, entre os terminais 33 e 37, em Santos. Hoje, a empresa opera cinco áreas no estuário, algumas separadas fisicamente. O processo ampliará a capacidade estática do terminal, de 12 mil para 22 mil Teus (equivalente a um contêiner de 20 pés). Além disso, possibilitará receber um número maior de navios, simultaneamente.
A expectativa é que, após aprovado o processo pelas autoridades responsáveis, as obras estejam concluídas em 18 meses. O investimento, no entanto, está atrelado à solução de uma antiga disputa financeira que a empresa tem com a Codesp. Outra parte dos investimentos previstos para Santos foi destinada à compra de equipamento de operação, como portêineres (equipamentos utilizados para carga e descarga de contêineres dos navios) e guindastes. Dois portêineres desembarcaram em outubro em Santos vindos da China.
No Rio de Janeiro, o terminal da Libra vai receber R$ 250 milhões. Os investimentos também serão aplicados na extensão dos dois berços de atração, de 544 metros para 800 metros. Segundo Araújo, as obras vão dobrar a capacidade do terminal carioca em dois anos e meio.
Novo porto
A holding também desenvolve o projeto do novo Porto de Imbituba (SC), que vai exigir investimentos de R$ 350 milhões. O projeto prevê a construção em uma área de 275 mil m², para atender à forte demanda de produtos industrializados e de granéis das regiões centro-sul de Santa Catarina e centro-norte do Rio Grande do Sul. Araújo conta que recentemente foi feito um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com a Antaq para definir novos prazos para início de operação. Problemas ambientais e fundiários prejudicaram o início das obras, que devem começar entre 2011 e 2012.
Outra aposta da Libra são as soluções logísticas para operações de armazenagem, movimentação, transporte e carregamento de contêineres. Em 2011, a empresa vai investir R$ 80 milhões nos três terminais multimodais em operação – Valongo (Santos), Campinas e Cubatão.
Marcelo Araújo conta que dois outros grandes centros de distribuição estão sendo projetados para o próximo ano. Um deles deverá ser instalado na grande São Paulo ou na cidade paulista de Taubaté. O outro vai beneficiar os clientes da região metropolitana do Rio.
Fonte: O Estado de S. Paulo/Renée Pereira
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