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LLX aposta na Petrobras no Açu

A Petrobras está mais próxima do Açu, o grande projeto portuário em construção pelo empresário Eike Batista no litoral norte do Rio de Janeiro. Ontem, a presidente da estatal, Graça Foster, e o presidente da LLX, Marcus Berto, confirmaram negociações que devem levar a estatal a se instalar no Açu para utilizar o porto. As tratativas estão avançadas e a tendência é a Petrobras usar o porto como base de apoio offshore para as atividades das plataformas de petróleo. Esse é o primeiro passo dentro de um acordo que poderia ser ampliado no futuro, incluindo, por exemplo, operações de transbordo e de estocagem de petróleo.

"Estamos em negociações com a Petrobras e seria uma vantagem estratégica, tanto para ela [Petrobras] quanto para nós [LLX], a sua instalação no Superporto do Açu", disse Berto. As discussões são técnicas e se desenvolvem há três meses. Ontem, a ação da LLX fechou a R$ 2,06 e subiu 6,73%, a maior alta do Ibovespa. Nos 12 meses encerrados ontem, porém, a ação da empresa acumulou perda de 39,23%.

O grupo EBX, do qual a LLX faz parte, vem enfrentando uma crise de confiança entre investidores que tem derrubado o valor das ações. Ontem, o Valor visitou o Açu, projeto da LLX que se tornou alvo de rumores segundo os quais estaria enfrentando problemas nas obras. A construção, em curso há seis anos, está avançada e, segundo Berto, seguem normalmente envolvendo grandes empresas de engenharia.

"O Açu é o porto para o Brasil", disse Berto. Ele afirmou que não está descartada a instalação de uma siderúrgica da Ternium no porto. Diferentes atividades combinadas, incluindo petróleo e minério, levam o executivo a afirmar que o Açu tem várias âncoras. Uma parte do Açu, onde se concentram os prestadores de serviço para a indústria de petróleo, vai começar a operar este ano. Três empresas ligadas à indústria de petróleo - National Oil Varco (NOV), Technip e Intermoor - vão iniciar as operações este ano no porto.
Leo Pinheiro/Valor / Leo Pinheiro/ValorGrupo EBX, controlador da LLX, conta com presença da Petrobras para viabilizar projeto do Açu no norte do Rio de Janeiro

A NOV vai começar a operação comercial em julho produzindo tubos flexíveis para produção de petróleo. Uma das razões que levou a NOV a se instalar no Açu foi a falta de áreas portuárias no Brasil, disse Antonio Klaus, responsáveis pelas obras civis da fábrica. A OSX, estaleiro ligado ao grupo EBX, também prevê começar as atividades no Açu em 2013.

Há 8 mil trabalhadores envolvidos nos projetos do Açu, entre operários contratados pela LLX e por outras empresas que se instalaram no local. O Açu está situado em área de 90 quilômetros quadrados, uma vez e meia a ilha de Manhattan. Para desenvolver o porto, a LLX assinou memorandos de entendimentos com mais de 70 empresas, mas até agora pouco mais de uma dezena fecharam contratos de aluguel de áreas em acordos de longo prazo.

Esses aluguéis garantem à LLX receita anual de R$ 100 milhões. É pouco para uma empresa pré-operacional que precisa investir bilhões em infraestrutura, mas a aposta é que a curto prazo os contratos se intensifiquem.

Desde 2007, foram investidos R$ 4 bilhões no Açu. Para 2013, está previsto R$ 1,1 bilhão. Berto disse que a empresa está capitalizada para fazer frente aos investimentos em 2013 e em 2014, considerando novos contratos. Conta com financiamentos de Caixa, Bradesco, em fase de renovação, e BNDES. O banco estatal analisa empréstimo de R$ 720 milhões para a LLX Minas-Rio, parceria no minério em que a LLX tem 51% e a Anglo American, 49%.
Leo Pinheiro/Valor / Leo Pinheiro/ValorEsteira transportadora de minério de ferro instalada na ponte do terminal offshore TX1 para operação da Anglo American

O executivo disse que 2013 marca o ano em que o Açu sai da fase de implantação para a operação. O argumento da LLX, compartilhado por especialistas do setor, é de que o aumento da produção de petróleo no Brasil - a previsão da Petrobras é de que a produção duplique até 2020 - vai exigir novos portos para evitar que os gargalos logísticos aumentem. O porto do Açu fica a 150 quilômetros da Bacia de Campos, principal polo de produção de petróleo do Brasil, mas está mais distante da Bacia de Santos, onde estão concentrados os campos do pré-sal.

"Estamos preparados hoje para receber empresas que queiram se instalar no Açu para fazer operações de apoio offshore, tancagem e transbordo de petróleo", afirmou o executivo. Uma área no terminal onshore do Açu, chamado pela LLX de TX2, foi reservada para as empresas de petróleo. É ali que estão a NOV, a Technip e a Intermoor. Ali também está a Asco, parceria da LLX com o Asco Group para atuar na prestação de serviços logísticos offshore. Nessa área a finlandesa Wärtsila também irá se instalar.

No TX2 ainda há áreas disponíveis e em uma delas a Petrobras poderá se instalar se a estatal selar o acordo com a LLX. Um dos terrenos disponíveis tem 580 metros de fundo e saída direta para o mar com um cais de tamanho variável, dependendo da necessidade da companhia. Hoje, a Petrobras tem o porto de Macaé, também no norte fluminense, como principal base de apoio offshore, mas o local não tem grande capacidade e está saturado. Ontem, em sobrevoo, era possível ver a fila de embarcações esperando para atracar em Macaé.

Essa situação tem levado ao surgimento de diversos projetos de portos de apoio offshore que se apresentam como alternativas para a Petrobras. A estatal tem sido cautelosa sobre o tema. Entre as vantagens do Açu, estão a existência de grandes áreas para arrendamento e a disponibilidade de terrenos com ligação direta para o mar, disse Berto. Para instalar o TX2, a LLX está construindo um canal que entra do mar em direção à terra e que, quando estiver concluído, terá 6,5 quilômetros de extensão e 13 quilômetros de cais.

A outra parte do Açu, que deu origem ao porto, é o terminal voltado para a exportação de minério de ferro da Anglo American, cujos primeiros embarques devem ocorrer só no fim de 2014, se não houver novos atrasos no projeto. Esse terminal, chamado de TX1, é acessado por uma ponte de cerca de três km que está pronta. O terminal de minério começará operando com dois berços, mas está prevista expansão para quatro berços, podendo movimentar 100 milhões de toneladas de minério de ferro por ano. Do TX1, sai um braço, ainda não concluído, que vai levar até um quebra-mar a ser construído a cerca de 400 metros de distância. Esse quebra-mar vai proteger o berço de minério e servirá como local de atracação de navios petroleiros.

O plano é construir cinco berços para operações de petróleo nesse quebra-mar. O terminal de minério foi construído pela LLX Minas-Rio. Ficou acertado entre as empresas que os investimentos adicionais para a operação de petróleo no quebra-mar serão feitos pela LLX - um montante estimado em R$ 400 milhões.

Fonte: Valor Econômico/Francisco Góes | De São João da Barra (RJ)






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