O empresário Eike Batista poderá ter de aumentar o preço da oferta pública de aquisição de ações (OPA) da LLX Logística se o objetivo da operação, anunciada ontem, for o de fechar o capital da empresa, disseram fontes de mercado. A LLX disse que o preço máximo na OPA será de R$ 3,13 por ação. Mas na avaliação das fontes o preço precisará melhorar se os controladores da empresa quiserem comprar 100% das ações da LLX em circulação no mercado. O processo de compra das ações deve demorar até quatro meses para ser concluído.
A avaliação das fontes se apoia em projeções sobre o potencial de valorização da ação no período de um ano. E a opinião é reforçada por um relatório do banco UBS divulgado depois do anúncio da operação pela LLX. O banco fez uma análise do Superporto do Açu, no norte do Rio, com base em um modelo de avaliação que considera o fluxo de caixa descontado do projeto, a joia da coroa da LLX.
A conclusão é que ao fixar o preço máximo da ação na OPA em R$ 3,13 Batista e o Fundo de Pensão dos Professores de Ontário (OTPP), sócio da LLX que deve aumentar sua fatia na empresa na operação, estariam pagando somente por dois projetos desenvolvidos no Açu: o projeto de minério de ferro Minas-Rio, para movimentar 53 milhões de toneladas por ano, e o chamado TX2, terminal terrestre para atender aos prestadores de serviço da indústria de petróleo. No modelo do UBS, o projeto Minas-Rio vale R$ 1,70 por ação e o TX2, R$ 1,40.
Em relatório, o UBS afirma que o preço proposto pela LLX tem um viés de alta dado que não incorpora o valor de outros segmentos de negócios como movimentação de carga e receitas com o aluguel de áreas da parte industrial do porto, além de contratos de movimentação de petróleo. Só o complexo industrial do Açu vale, nas contas do UBS, R$ 3,80 por ação. O banco considera um preço-alvo para a LLX, em doze meses, de R$ 6,90 por ação. O banco considera um risco de execução mais alto para a parte industrial do Açu dadas as dificuldades para instalação da usina da Ternium no local.
O UBS projetou que para comprar os cerca de 28% das ações da LLX que estão no mercado Batista e OTPP precisariam desembolsar R$ 608 milhões. O Goldman Sachs avaliou a operação em R$ 600 milhões. O montante dependerá de avaliação sobre o valor das ações e também da adesão dos minoritários.
Ontem cada ação da LLX fechou cotada a R$ 2,96 com alta de 3,86% em relação ao fechamento de sexta-feira. Até sexta a ação da LLX, em 12 meses, tinha caído 30,15%. O Goldman Sachs disse que as ações da LLX estiveram sobre forte pressão este ano dado o aumento das preocupações do mercado com o atraso em projetos e riscos de execução.
Fonte: Valor
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