Quando totalmente implantado, London Gateway poderá movimentar cerca de 3,5 milhões de TEUs por ano - 500 mil a mais do que o Porto de Santos, o principal do Brasil, consegue hoje.
O projeto prevê uma área de cais e pátio de cargas com um total de 1,76 quilômetros quadrados. Nessa região, as operações serão semi-automatizadas. A colocação dos contêineres nos pátios será realizada com transtêineres (pórticos sobre trilhos) autônomos, que vão movimentá-los a partir da programação de armazenagem. Haverá funcionários apenas no transporte entre o pátio e o cais. E isso apenas nos primeiros três anos, explicou o diretor comercial de London Gateway, Charles Meaby.
"Vamos acompanhar o desenvolvimento dessa tecnologia. Acreditamos que, a partir do quarto ano, possamos retirar os funcionários do cais. Então, (no porto) teremos empregados apenas na condução dos portêineres e nada mais. Seremos totalmente automatizados", disse o executivo. Tecnologia semelhante já é utilizada em portos de outros países da Europa (como Roterdã) e nos Estados Unidos.
A área portuária contará com acesso ferroviário. Além dos trilhos, na retroárea, será implantado um parque logístico com 2,27 quilômetros, o maior da Europa. A ideia da DP World é alugar a maior parte desse espaço para seus clientes, para que as cargas desembarcadas no complexo sejam beneficiadas no próprio local. De acordo com o diretor comercial, pelo menos 15% dos contêineres que vão chegar a London Gateway devem ter como destino o parque logístico. O restante será escoado por trens ou caminhões.
Charles Moeby destaca que os sistemas logísticos do empreendimento são um de seus principais destaques. "Uma boa parte do planejamento do complexo envolveu seus sistemas logísticos. Como temos uma localização privilegiada, buscamos explorar as melhoras soluções, essenciais para reduzirmos nossos custos, tempo de operação e, assim, o impacto de nossas atividades no meio ambiente".
De acordo do o diretor, 30% das cargas movimentadas devem chegar ou sair do porto por trem. O restante utilizará caminhões.
A DP World apresentou o projeto de London Gateway para o Governo do Reino Unido (formado pela Inglaterra, a Escócia, o País de Gales e a Irlanda do Norte) há 10 anos. Somente em 2008, as aprovações necessárias foram obtidas. Com a crise financeira daquele ano, o empreendimento foi retardado e suas obras tiveram início apenas em março de 2010.
A companhia é a proprietária de toda a área do complexo (que antes era ocupada por refinarias de petróleo). Como na maioria dos portos da Inglaterra, é a responsável pela infraestrutura e a superestrutura, além de ser a administradora (autoridade portuária) e a operadora das instalações. No país, a atuação do governo no setor portuário limita-se à fiscalização e á definição das políticas de desenvolvimento.
Fonte: A Tribuna / Leopoldo Figueiredo
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