HAVANA - Na quarta e possivelmente última visita que faz a Cuba como chefe de Estado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer dar um novo impulso às relações comerciais entre os dois países, como forma de minimizar os efeitos do embargo imposto pelos Estados Unidos à economia da ilha desde 1962.
Hoje, ao lado do presidente cubano, Raúl Castro, Lula visitou o porto de Mariel, a 50 quilômetros de Havana, que será totalmente modernizado com recursos principalmente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para que seja transformado no maior porto da América Central.
Os investimentos para sua modernização, segundo a Odebrecht, empresa responsável pela obra, é da ordem de US$ 800 milhões. Desse total, US$ 433 milhões serão financiados pelo governo brasileiro e o restante será de contrapartida do governo cubano.
A primeira parte desse empréstimo, de US$ 90 milhões, referentes à parcela de 2008, já foi liberada. Os cubanos, agora, aguardam a liberação da segunda parcela, que é relativa a 2009, de US$ 150 milhões, que ainda não foi aprovada.
Antes disso, porém, o governo cubano abriu negociações com o Brasil para conseguir mais US$ 230 milhões, justificando que seriam revertidos em exportação de produtos e serviços. Os recursos, mais uma vez, seriam provenientes do BNDES, com juros subsidiados e carências longas.
As verbas serão destinadas ainda à construção de rodovias, ferrovias e reabilitação e modernização das instalações portuárias. Serão construídos 18 quilômetros de estradas, 63 quilômetros de superestrutura para ferrovias e quase 13 quilômetros de vias ferroviárias.
Está prevista ainda a dragagem do canal de entrada do porto e da bacia de manobras do futuro terminal, que terá capacidade de movimentação de 1 milhão de contêineres por ano.
Lula quer ainda ampliar o comércio entre os dois países, que alcançou US$ 330 milhões, mas oferecendo um equilíbrio melhor na balança comercial, hoje francamente favorável ao Brasil.
Sete empresas brasileiras estão participando do encontro comercial realizado em Havana. O diretor da Agência Brasileira de Promoção e Exportações (Apex), Maurício Borges, estima que possam ser engatilhados negócios capazes de alcançar US$ 500 milhões neste encontro.
Dentro deste propósito de ajudar os países mais pobres, que possuem problemas econômicos, o presidente Lula já anunciou que quer, até 2012, que o governo de Cuba receba US$ 1,2 bilhão de créditos do governo brasileiro.
Antes do início do governo Lula, cujo primeiro mandato teve início em janeiro de 2003, estes investimentos tinham sido de apenas US$ 15 milhões. (Fonte: O Estadode S.Paulo/TÂNIA MONTEIRO, ENVIADA ESPECIAL - Agencia Estado)
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