A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou, nesta quarta-feira (15), o Panorama da Infraestrutura – Região Norte, que revela que 74% dos empresários industriais consideram regular, ruim ou péssima a infraestrutura da região. O estudo inclui informações sobre transporte, energia, saneamento básico e telecomunicações e apresenta propostas para melhorias.
O presidente da CNI, Ricardo Alban, comentou que a deficiência na infraestrutura restringe a possibilidade de a Região Norte assumir protagonismo em projetos de desenvolvimento sustentável do Brasil, apesar de sua biodiversidade e de seus recursos naturais. Ele citou deficiências em rodovias, baixa integração energética, entraves no transporte hidroviário e dificuldade de acesso a serviços essenciais como fatores que elevam custos logísticos e desestimulam investimentos.
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Entre os projetos considerados prioritários para atrair negócios para a Região Norte, o estado da CNI cita a ampliação da navegabilidade da Hidrovia Araguaia-Tocantins, com o derrocamento do Pedral do Lourenço, e a exploração de petróleo e gás na Margem Equatorial, nas bacias da Foz do Amazonas e do Pará-Maranhão. Outras prioridades destacadas são a conclusão da ponte sobre o Rio Xingu, na Transamazônica, a pavimentação do trecho central da BR-319, entre Porto Velho e Manaus, e a ferrovia Ferrogrão.
O diretor de Relações Institucionais da CNI, Roberto Muniz, disse que é preciso adotar políticas públicas e fazer investimentos que priorizem não apenas os corredores logísticos e os projetos de exploração e integração energética, mas também a ampliação de serviços básicos de saneamento. “A superação desses obstáculos é condição fundamental para garantir um ambiente de negócios mais favorável”, afirmou.
O estudo divulgado pela CNI cita como principais gargalos no sistema de transporte a infraestrutura das rodovias, as dificuldades de acesso a e a infraestrutura dos portos e a malha ferroviária insuficiente. Relaciona ainda como entraves à atração de investimentos a carência de redes de esgotamento sanitários, que atendem apenas 23% da população da região, e de distribuição de água, que chega a 61% dos moradores.
Em relação à melhoria da navegação na região, o estudo da CNI propõe o derrocamento do Pedral do Lourenço e intervenções em trechos do Rio Tocantins para permitir a passagem segura de embarcações de carga, a instalação de sinalização e dragagem na Hidrovia Juruena/Tapajós e avançar na concessão da Hidrovia do Madeira para viabilizar a dragagem, a sinalização, a batimetria e a derrocagem.
Além disso, sugere a realização de estudo da dinâmica climatológica e de níveis dos rios da Amazônia para elaborar projetos que garantam o transporte de produtos do agronegócio e do Polo Industrial de Manaus, contenção de erosão fluvial em Tefé e Tabatinga, a construção da Instalação Portuária Pública de Pequeno Porte (IP4) em Manaus Moderna e de eclusas nas usinas hidrelétricas de Luis Eduardo Magalhães, em Tocantins, e de Estreito, no Maranhão, na Hidrovia do Rio Tocantins, e concluir os terminais hidroviários de Mazagão, Oiapoque, Laranjal do Jari e Calçoene, no Amapá.
Para a infraestrutura portuária, as propostas são a revitalização do Terminal Manaus Moderna, a autorização para funcionamento de porto seco no aeroporto Lisias Rodrigues, em Palmas, e criar outro no entorno da plataforma multimodal de Porto Nacional, ligado à Ferrovia Norte-Sul. E também a revitalização do Porto de Santana, no Amapá, incluindo a construção de um novo píer e melhoria dos acessos terrestres.