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Marfrig e JSL desistem de acordo de logística

O Marfrig e a JSL (Julio Simões Logística) desistiram do acordo que previa a transferência da operação de logística e a venda de centros de distribuição do frigorífico para a transportadora. O negócio, estimado em R$ 150 milhões, reforçaria o caixa do Marfrig, que busca maneiras de reduzir sua pesada dívida.

As negociações entre as duas empresas haviam sido divulgadas para o mercado em dezembro do ano passado, mas estavam sujeitas às tratativas finais. Marfrig e JSL informaram ontem em fato relevante apenas que 'não foram concluídos os termos e condições definitivos relacionados ao acordo'e se recusaram a dar entrevista.

Na época do anúncio, as duas empresas comemoraram a operação como 'inédita' no Brasil, apesar de bastante comum no exterior. O negócio previa a transferência da gestão de logística das operações do Marfrig para a JSL por 10 anos e a venda de alguns ativos de distribuição. O frigorífico possui 16 centros de distribuição nas regiões Sul, Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste. Segundo fontes do setor, as empresas não conseguiram chegar a um acordo sobre o valor dos ativos e do contrato de gestão.

O cancelamento do negócio é uma má notícia para o Marfrig. As ações da empresa caíram 3,44% ontem na Bovespa, enquanto os papéis da JSL tiveram leve alta de 0,43%. Quando o negócio foi anunciado, as ações do Marfrig subiram cerca de 4%.

'Voltou o sentimento ruim com o Marfrig por não efetivar o acordo. O mercado já havia incluído o negócio no preço das ações', disse Cauê Pinheiro, analista da SLW Corretora. 'O grande lance era a venda. O dinheiro que entraria no caixa seria bom diante da alta alavancagem do Marfrig. Foi um balde de água fria', avaliou Luciana Leocádio, analista da Ativa Corretora.

Para reduzir sua dívida, o frigorífico dirigido pelo empresário Marcos Molina já anunciou que está se desfazendo de todas as operações que não são o foco central dos negócios. No fato relevante divulgado ontem, reforçou esse compromisso e disse que 'mantém seus planos de capitalização por meio de seus ativos de logística'.

Em outubro do ano passado, o Marfrig vendeu os ativos de logística da Keystone, empresa que adquiriu nos Estados Unidos, para a operadora Martin Brower por US$ 400 milhões. O frigorífico também busca um comprador para um terminal que possui no porto público de Itajaí, em Santa Catarina, mas ainda não fechou negócio.

A JSL é a maior companhia de logística do País em termos de faturamento. Segundo um analista de logística que preferiu não se identificar, há outros operadores que poderiam ocupar o lugar da JSL na gestão das operações do Marfrig, como Ceva Logistics, Tegma e DHL.

'O problema é que cada um tem um foco de atuação. Se a Marfrig tiver um tempo maior para negociar com essas potenciais empresas, conseguirá uma boa gestora. Mas se quiser fechar o negócio rápido, ficará mais complicado', explicou o analista.

O Marfrig cresceu vigorosamente via aquisições no Brasil e no exterior com pesado e controverso apoio do Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O grupo, no entanto, enfrenta dificuldades para integrar as empresas e conseguir os ganhos de sinergia previstos.

Com o objetivo de melhorar seus resultados e aumentar a transparência com o mercado, o Marfrig montou recentemente uma holding e separou seus negócios de abate de bovinos da Seara Foods, concentrando nessa empresa a venda de carne industrializada ao varejo e a marca Seara. O Marfrig não confirma oficialmente, mas entregou um mandato ao Itaú BBA para buscar um investidor e vender uma parcela da Seara, sem abrir mão do controle.

Fonte: MSN






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