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Mercado aquecido: Oeste tem 1,5 mi/ton de soja para vender

Os sojicultores que estavam esperando há meses o “momento certo” para comercializar a soja, cujos estoques chegam a 1,5 milhão de toneladas de grãos na região oeste, podem estar muito próximos de colocar o produto no mercado e se capitalizarem para o cultivo de verão que vem.

A informação é animadora para o comércio de grãos brasileiros, diante de perdas históricas e diminuições expressivas de áreas agricultáveis que se projetam na atual safra americana em decorrência do excesso de chuva que tem castigado as principais regiões produtoras há pelo menos dois meses.


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Segundo o economista Luiz Eliezer Ferreira, do Sistema Faep, as expectativas quanto à sequência na valorização do cereal estão lançadas no relatório mensal que será divulgado na próxima terça-feira (11) pelo Usda – Ministério da Agricultura norte-americano -, que trará dados referentes à oferta e à demanda.

De imediato, o que se tem registrado são estoques mundiais já aparecendo com volumes mais baixos e não é só de soja. Outro cereal que já tem sofrido interferência no volume guardado pelo planeta e por consequência no preço é o milho, indicando inclusive as boas perspectivas para os produtores da região, que já começaram a colher uma supersafrinha.

Somente no oeste do Paraná a expectativa é de uma produção de 5 milhões de toneladas de milho e boa parte pode ganhar o mercado internacional com bastante rapidez. “Existem especialistas que já projetam 50 milhões de toneladas de perdas somente no milho nos Estados Unidos. Para se ter ideia, esse volume representa 80% da nossa safra de milho por todo o Brasil. Quanto à soja, ainda não se pode precisar a quebra porque há janela de cultivo até 20 de junho, mas já se sabe que existe redução de área, de produtividade e de produção que vão beneficiar o Brasil para a comercialização”, reforçou.

“Os preços têm aumentado e provavelmente aumentem ainda mais a partir do relatório do dia 11. Porém, um ponto que interferiu na cotação aqui no Brasil foi o recuo do dólar [que chegou a fechar acima dos R$ 4 nas últimas semanas], que entrou num patamar de acomodação na casa dos R$ 3,85. Isso interfere nas exportações, mas pode ser superado com a valorização dos próprios grãos no mercado internacional”, reforçou.

Para o economista, o aproveitamento da chamada janela de comercialização dos produtores no Paraná já está em aquecimento pelo Estado, mas a intensificação promete mesmo vir a partir da próxima semana.

Safra de verão

A necessidade de se capitalizar também tem como base a safra de verão 2019/2020 no Brasil. “Os produtores já estão projetando o custeio da safra de verão, comprando os insumos. Nos próximos dias o governo federal deve divulgar o Plano Safra e as taxas de juros. O agricultor que estava segurando para vender o que tinha guardado [soja e milho] agora está mais otimista para colocar seu produto à disposição do mercado”, explica o economista Luiz Elieser Ferreira.

Se por um lado o recuo do dólar reflete negativamente nas exportações, por outro beneficia quem vai comprar insumos para a próxima safra.

Valorização das commodities

Para se ter ideia de como o clima nos EUA tem interferido no preço das commodities por aqui, a saca de 60 quilos de soja nessa sexta-feira (7) ficou muito próxima de R$ 76 para colocação no Porto de Paranaguá. No início do mês passado ela era cotada a R$ 69,36, aumento de 9,45%.

Quanto ao milho colocado no porto, nessa sexta era cotado a R$ 37, contra R$ 33,78 no começo do mês passado.

Fonte: O Paraná






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