A criação de um total de 2,5 mil empregos diretos no Porto de Santos é versada aos quatro ventos pelos futuros terminais da Embraport e da Brasil Terminal Portuário (BTP), que devem iniciar suas operações no complexo marítimo entre o segundo semestre do próximo ano e 2013. Outras dezenas de milhares de oportunidades devem ser criadas horizontalmente por firmas que prestarão serviço, em atividades correlatas, aos dois novos gigantes do setor. E há ainda a possibilidade de expansão de outros grandes terminais do Porto, como a Libra e o Tecondi. Para quem deseja entrar no mercado portuário ou galgar uma oportunidade melhor na carreira, a chance é de ouro.

A Baixada Santista é formada por nove municípios e tem cerca de 1,6 milhão de habitantes, de acordo com o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do ano passado. O número de desempregados gira em torno de 22 mil pessoas somente em Santos, segundo pesquisa semestral da Universidade Santa Cecília (Unisanta), de março. Some-se a isso os milhares de jovens se formando a cada ano nos cursos universitários da região e o resultado é uma grande massa de homens e mulheres, prontos ou não para uma oportunidade como as que se avizinham.

Dos 1.000 funcionários que manterá quando estiver em operação, no final do ano que vem, a BTP emprega somente 35 hoje. Se mantiver sua intenção de receber navios emjaneiro de 2013 – e considerando que já iniciou as contratações –, o terminal multi-uso abrirá 965 vagas nos próximos 15 meses. Ou 64 por mês, em média.

“Estamos contratando pequenos grupos com um perfil variado, basicamente na área operacional e de mercado”, confirmou o gerente de Recursos Humanos da BTP, Hudson Carvalho.

Na Embraport, ao contrário, o processo não começou. Por lá, são esperadas 1.500 contratações até que o terminal entre em operação, também em 2013, conforme o previsto. “Ainda não temos um canal aberto para isso”,disse o gerente de Engenharia do terminal, Wilson Lozano. “Vamos operar no final do ano que vem. Essa fase de contratação está muito prematura. No ano que vem, essas coisas estarão definidas”. Segundo ele, quanto esta fase chegar, a diretriz da empresa será priorizar o treinamento com a parceria de entidades locais. O Centro de Excelência Portuária (Cenep), órgão da Codesp (a Autoridade Portuária) de qualificação do trabalhador do complexo marítimo, tende a ser um parceiro.

Quem tem chance?

Seja na onda de contratações prevista para o ano que vem, seja no futuro, o profissional que vai atuar no Porto precisa estar qualificado. Mas cursar uma faculdade não é sinônimo de qualificação. É o que explica o gerente de RH da BTP.

“É preciso considerar a possibilidade de fazer um curso técnico, porque há uma carência de profissionais. É uma oportunidade, sim, e há carreiras muito bem remuneradas”, disse Hudson Carvalho.

O gerente destaca que os cursos técnico de Logística, por exemplo, sãomuito bons. Comeles no currículo, o estudante pode aplicar seu conhecimento não só no setor portuário, mas também em vários outros tipos de indústria, explica. Mas se a vontade é realmente de ir à faculdade, porém não se sabe em que se especializar, Carvalho dá uma dica: Administração. “É uma saída para se ter uma visão de gestão, mais generalista. Esse profissional pode cair para qualquer lado dentro do Porto”.

O executivo se preocupa apenas com aqueles que querem entrar na atividade apenas para aproveitar uma chance de estar empregado. “Este acaba sendo um profissional medíocre, no sentido de estar sempre na média. É aquele que nunca vai se dedicar”.

Fonte Jornal A Tribuna - Rio Branco

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