A chegada de um polo naval a Suape acabou mexendo com toda a cadeia metalmecânica do estado. Um ramo que viveu sua época de ouro nos anos 1960 e 1970, mas que declinou juntamente com a atividade sucroalcooleira na década seguinte. Desde 2007, no entanto, as obras de construção e montagem dos grandes empreendimentos voltou a movimentar o segmento. Isso vem se traduzindo em mais empregos para os pernambucanos.
Somente a Metalgil, no Cabo de Santo Agostinho, abriu 176 vagas de 2007 para cá. ´Estamos no mercado desde 1963 e sobrevivemos à crise do açúcar. Agora Pernambuco está crescendo muito e a Metalgil cresce junto`, declara o diretor comercial Gil Martins. Desde 2008 foram investidos R$ 4,5 milhões em equipamentos, melhoras de processos e capacitação de mão de obra.
A Metalgil vem contratando soldadores, caldeireiros e operadores de máquinas, além de engenheiros mecânicos e elétricos. Valter de Santana Lira, 34 anos, foi porteiro durante 12 anos antes de virar ajudante e depois soldador capacitado pela empresa. ´Encontrei aqui uma oportunidade`, comemora Valter.
O salário de um soldador varia de R$ 870 a R$ 1,8 mil e pode chegar a R$ 15 mil, caso o profissional seja certificado para fazer inspeção de solda. João Amaro da Silva, 44, morador de Ponte dos Carvalhos, no Cabo, conta que nunca ficou desempregado. Fez cursos no Senai e hoje atua como inspetor. Antes de ser contratado pela Metalgil, há um ano, trabalhou em outras nove empresas.
´Não sei o que é seguro-desemprego desde que me especializei em solda`, conta um João orgulhoso, que cresceu em uma família de soldadores e trabalha na área desde os 7 anos. ´Queria que meus filhos seguissem outra carreira, mas os três resolveram ser soldadores também. Fico muito feliz.`
E não é só o polo naval que está trazendo oportunidades. O setor eólico também anima esse mercado. ´Metalúrgicas estão sendo reativadas e modernizadas em função de Suape`, pontua o presidente do Sindicato da Indústria Metalmecânica, Sebastião Pontes.
Fonte: Diário de Pernambuco (PE)
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