Um acordo fechado esta semana com a Minerinvest Mineração para fornecer minério vai fazer com que a MMX fique cada vez mais próxima de atingir a capacidade total de embarque prevista na primeira fase do porto Sudeste, de 50 milhões de toneladas, sem desembolsar nenhum dinheiro. Com a expansão das minas próprias, Serra Azul e Pau de Vinho, já estará ocupada uma capacidade de 14 milhões de toneladas anuais. Um contrato assinado com a Usiminas prevê o embarque de 12 milhões e o novo acordo, com a Minerinvest, mais 10 milhões de toneladas. Esses volumes já totalizam 38 milhões de toneladas anuais a serem exportadas pelo terminal.
O contrato a ser assinado com a Minerinvest, até o fim do ano, prevê que a mineradora embarcará até 5 milhões de toneladas de minério pagando US$ 19,77 por tonelada. A taxa será reajustada com base no preço do minério a partir do segundo trimestre de 2011, com preço mínimo estabelecido de US$ 15,90 a tonelada.
A Minerinvest também irá vender 5 milhões de toneladas de minério à MMX a US$ 64 a tonelada seca com 63,5% de teor de ferro, que será entregue em terminal da MRS. O preço de compra do minério também será reajustado proporcionalmente à variação do preço do minério no mercado internacional. A base será o preço praticado no segundo trimestre de 2011 e o piso estabelecido em contrato será de US$ 30 por tonelada.
Os volumes negociados serão anuais e estarão sujeitos à cláusula contratual de take-or-pay de 80%. O contrato terá validade de dez anos renováveis por mais dez.
A previsão é de que a Minerinvest produza no mínimo 10 milhões de toneladas anuais de minério, volume que poderá ser ampliado. O investimento para extração das 10 milhões de toneladas será integralmente realizado pela Minerinvest, que já está em tratativas com bancos e siderúrgicas europeus. No acordo está prevista a venda de até 2 milhões de toneladas da parte da MMX para siderúrgicas europeias que se comprometam com o projeto.
O Credit Suisse considerou o acordo com a Minerinvest "muito positivo", por alavancar os ativos "sem desembolsar qualquer quantia em dinheiro".
A licença ambiental do porto só permite o transporte de, no máximo, 50 milhões de toneladas de minério anuais. A MMX trabalha para conseguir as licenças necessárias para dar início à segunda fase, em que a capacidade deverá ser dobrada, para 100 milhões de toneladas ao ano. A expectativa do presidente da empresa, Roger Downey, é de que esse tipo de negócio possa ser ampliado para garantir a ocupação da segunda fase. "Este acordo mostra que estamos cumprindo as promessas, estamos de acordo com nossas estratégias e seguindo aquilo que queríamos alcançar quando pensamos na aquisição do porto", disse Downey, em teleconferência para analistas.
Fonte:Valor Econômico/Juliana Ennes | Do Rio
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