A Monsanto espera que a China aprove o embarque de soja geneticamente modificada para o consumo humano, batizada de Intacta RR2 Pro, nos próximos 12 meses.
A China permite, há mais de uma década, a importação de soja geneticamente modificada para produção de ração animal e de óleo de soja, mas não para o consumo humano direto. Se a China aprovar o uso da Intacta RR2 Pro, permitirá o avanço das exportações brasileiras, em um momento que o país se torna o principal competidor global de soja.
Os Estados Unidos, que sempre foram os maiores exportadores da oleaginosa, tiveram a produção comprometida neste ano-safra pela maior seca dos últimos 50 anos.
No mês passado, a Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja), que representa o maior estado produtor do Brasil, pediu que os agricultores não utilizem a soja da Monsanto até que a China aprove sua importação. O medo é que os carregamentos ao principal mercado consumidor do mundo sejam contaminados com essa soja RR2 e embargados pela China.
Claudio Torres, vice-presidente para a Ásia Pacífico da Monsanto, disse à Dow Jones Newswires, que as novas sementes resultam em um aumento de produtividade de 11%. "Precisamos de um adicional de 66 milhões de hectares de terra para atender a demanda mundial por grãos até 2020, mas não temos como crescer em áreas dessa forma nos próximos anos. A solução, portanto, está em melhorar o rendimento por meio de aumentos de produtividade", disse Torres.
"Estamos trabalhando com os comerciantes chineses para fazer o melhor que pudermos para acelerar a aprovação (da Intacta RR2)", afirmou Torres.
O Ministério da Agricultura da China recusou-se a comentar o assunto.
Fonte: Reuters / Fernanda Pressinott
PUBLICIDADE