Dados da Antaq reforçam a importância da região no escoamento de commodities. ATP defende necessidade de aumento do calado na saída da Barra Norte do Rio Amazonas
A região do Arco Amazônico, que abrange toda a região Norte e o Maranhão, obteve crescimento de 12,95% na movimentação de soja e milho no primeiro semestre de 2022, por meio de navegação por longo curso e cabotagem. Os dados são de levantamento da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), divulgados nesta segunda-feira (15).
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Estratégica para o escoamento da produção de grãos e de alimentos para exportação, a região passou a ter market share de 51% do total movimentado de soja e milho, ultrapassando as regiões sul e sudeste, segundo o levantamento. O Arco Amazônico também já é reconhecido como um dos principais corredores logísticos com alto potencial de aumento da demanda.
Considerando os terminais que movimentaram ao menos 1 milhão de toneladas no período, os que se destacaram nas operações são Vila do Conde - HBSA (+31,9%), Porto de Itaqui (+21,9%) e Ponta da Montanha (+7,33%), de acordo com o balanço semestral. Os portos Vila do Conde e Ponta da Montanha são associados da ATP.
O diretor-presidente da Associação de Terminais Portuários Privados (ATP), Murillo Barbosa, diz que os números mostram que a região cada vez mais se consolida como polo de escoamento das commodities brasileiras. Atualmente, a região possui 90 terminais privados e cinco portos públicos.
Por causa do potencial do Arco Amazônico, o presidente da ATP também defende a necessidade de aumento do calado na saída da Barra Norte do Rio Amazonas. A região é rota de escoamento da safra de grãos e de minério, principalmente do Centro-Oeste, e registra aumento anual do volume transportado, impulsionado pelos recordes na produção de soja e milho.
Barbosa lembrou que estudos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) atestaram a possibilidade do aumento do calado. “Temos um quebra-molas que é um arco lamoso na navegação pela Barra Norte. Pelos estudos da Coppe/UFRJ, o aumento de calado para 12,50 metros é viável”, afirmou o presidente da ATP. Segundo Barbosa, o ganho de calado permitiria um aumento de 20 centímetros a mais de carga em um navio Panamax.
Durante a apresentação do balanço semestral, o diretor-presidente da Antaq, Eduardo Nery, destacou que o número de movimentação na região é “bem representativo do quanto a região amazônica tem protagonismo, principalmente de graneis sólidos minerais e vegetais”. De acordo com ele, “é muito evidente o desenvolvimento do arco em termos logísticos”.
“Este semestre foi uma marca histórica que o arco apresenta com movimentação inclusive maior que a de cargas que escoam pelos portos da região sul e sudeste. É claro que ali não é toda movimentação de carga. Tem um transbordo, e isso tem que ser considerado, mas já mostra o quão importante vem sendo o arco nessa linha de escoamento”, disse Nery.