A administração do Porto de Roterdã, na Holanda, anunciou, na última segunda-feira (28), queda de 4,1% na movimentação no primeiro semestre de 2025. As maiores reduções foram nos segmentos de granéis sólidos, com recuo de 8,9%, e de granéis líquidos, com 5,3%. A movimentação de contêineres apresentou crescimento de 2,7%, mas perdeu 1% em em tonelagem.
A administração do porto holandês atribuiu os resultados à falta de investimentos e informou que as incertezas na economia global e o anúncio de fechamento de empresas químicas do país são causa de preocupação. Boudewijn Siemons, CEO da Autoridade Portuária de Roterdã, afirmou que, em anos recentes, o porto tem enfrentado, além de incertezas econômicas, investimentos em atraso e interrupções nas cadeias de suprimentos.
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Ele destacou a importância estratégia do terminal portuário para os holandeses e para todos os europeus. “Nesses tempos turbulentos, como porto, precisamos garantir a segurança do fornecimento de energia, alimentos e outros materiais essenciais na Europa. Também é muito importante que a indústria portuária permaneça competitiva para não enfraquecer a autonomia estratégica da Europa”.
Apesar da queda na movimentação, a Autoridade Portuária de Roterdã registrou estabilidade em seu balanço do semestre, com aumento de 5,2% nas receitas, principalmente devido à inflação e a saldo de contratos novos e vencidos. No período, as taxas portuárias aumentaram 5,4%. Segundo a administração de Roterdã, isso se deveu, em parte, à indexação e, em parte, ao menor volume de movimentação, que leva a preço mais alto por tonelada. Além disso, tarifas brutas e descontos foram reajustados.
Mesmo com queda nos granéis sólidos, a movimentação dos agrícolas aumentou 18,6%, influenciada pela demanda global e pelas safras. Houve aumento nas importações holandesas de oleaginosas, como soja, farelo de soja e canola.
Já a movimentação de minério de ferro e sucata caiu 12,2%. Segundo a autoridade portuário, a causa foi a queda na produção na indústria siderúrgica alemã, que influenciou também o recuo de 21,1% no movimento de carvão, principalmente do tipo coque, usado em altos-fornos para a produção de aço.