ITAJAÍ - O projeto executivo e o estudo de impactos ambientais da nova bacia de evolução do Complexo Portuário de Itajaí terão de ser refeitos. Isso porque o local escolhido para a implantação do empreendimento foi alterado. Assim, a licitação para a obra deve atrasar em mais de um mês, acarretando perdas econômicas para o complexo.
A nova proposta altera a bacia da frente do Centreventos de Itajaí para o Saco da Fazenda. A decisão levou em consideração os impactos econômicos e sociais, já que com o projeto anterior seria necessário desapropriar uma área do Bairro São Pedro, em Navegantes, onde vivem 341 famílias.
Mesmo sendo mais viável do ponto de vista das autoridades portuárias, a alteração atrasará em pelo menos 45 dias o cronograma. O superintendente do complexo, Antonio Ayres dos Santos Júnior, não estima quanto a cadeia deve perder com o atraso, mas acredita que a alteração ainda é a medida mais viável para que a bacia de evolução saia o quanto antes do papel.
O presidente da Portonave, Osmari de Castilho, entende que mudando o projeto a etapa de planejamento atrasa, porém a obra será mais rápida. Segundo ele, a cada mês a cadeia portuária poderá perder R$ 30 milhões a partir do próximo ano sem a obra, necessária para que o complexo possa receber navios maiores:
– É uma obra necessária para garantir nossa competitividade.
Hoje, o Complexo Portuário de Itajaí recebe navios com até 294 metros de comprimento. Com a nova bacia de evolução, passará a recepcionar embarcações de até 366 metros, ação importante para cativar o mercado asiático.
– Os armadores da Ásia trabalham com navios maiores e têm muito interesse em vir para Itajaí – explica o superintendente.
O que tornaria o projeto em frente ao Centreventos mais vagaroso seriam justamente as desapropriações. Muitas famílias, segundo Ayres, não têm escrituras dos imóveis, por isso seria necessária construir moradias para realocá-las.
O superintendente acredita que o impacto econômico ainda é menor se comparado à manutenção do projeto antigo. Segundo ele, a área para a nova bacia de evolução ainda não está exatamente definida, mas ficará mais ao Sul:
– Percebemos que ficaria inviável além do valor das desapropriações estar muito acima do mercado.
Com a nova estrutura, será mexida em uma área menos povoada. Não há estudos sobre a quantidade de desapropriações, mas será um número bem menor que as 341 do Bairro São Pedro. A obra continua orçada em cerca de R$ 300 milhões.
Fonte: Jornal de Santa Catarina/MARJORIE BASSO
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