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Multiterminais vai operar aeroporto em Minas Gerais

A Multiterminais Alfândegados do Brasil, com atuação na área de logística, está expandindo as operações aeroportuárias. A empresa, que já movimenta 15 mil toneladas de carga aérea por ano em três portos secos (Rio, Resende e Juiz de Fora), prepara-se para administrar e operar até o fim do ano o Aeroporto Regional da Zona da Mata (ARZM), na região de mesmo nome, em Minas Gerais. A ideia é transformar o aeroporto, construído pelo governo estadual, em ponto concentrador de cargas para distribuição na região Sudeste.

Ricardo Vega, diretor da Multiterminais, disse que entre os setores e produtos com potencial de serem movimentados pelo aeroporto, situado na divisa dos municípios mineiros de Goianá e Rio Novo, estão partes e peças de automóveis, componentes eletrônicos e celulares, vacinas e medicamentos e produtos lácteos, entre outros. Os clientes do aeroporto serão companhias aéreas que atuam com carga, com as quais existem conversas. O aeroporto será alfandegado, o que lhe permitirá operar com voos internacionais.

A Multiterminais aposta que a operação do aeroporto, combinada com outros ativos da empresa - terminais portuários no Rio e portos secos no Rio e em Minas -, vai lhe permitir entregar cargas na região Sudeste em menos tempo do que outros operadores logísticos. Vega disse que um dos objetivos da Multiterminais é garantir para o aeroporto, nos primeiros dois anos de operação, participação de mercado de cerca de 7% a 8% no segmento logístico de cargas do Rio e de Minas Gerais. Nos portos secos da empresa são movimentadas hoje cargas aéreas como equipamentos aeronáuticos, medicamentos, equipamentos e instrumentos hospitalares e produtos de informática, entre outros.

A empresa ganhou o direito de administrar e operar o aeroporto da Zona da Mata em licitação feita pelo governo de Minas Gerais. Quatro empresas manifestaram interesse no projeto, mas só a Multiterminais fez oferta. O aeroporto começou a ser construído no governo de Itamar Franco no Estado e ficou pronto em 2003. No total, recebeu investimentos de cerca de R$ 74 milhões, incluindo uma pista para pousos e decolagens com 2.515 metros de extensão. Autorizado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o aeroporto é administrado pelo Estado. Agora vive uma fase de transição da administração para a Multiterminais, que é controlada pela família Klien e pela Gávea Investimentos.

Diogo Prosdocimi, superintendente da Secretaria de Transportes e Obras Públicas de Minas, disse que para realizar a administração o Estado fez convênio com a Infraero. Depois houve consulta à Anac para avaliar se seria possível fazer uma concessão do aeroporto ao setor privado, o que foi negado pela agência. Optou-se então por fazer um contrato de terceirização da administração e operação do aeroporto com empresa privada. O prazo do contrato com a Multiterminais é de um ano, renovável por mais quatro.

Ao longo desse período, o governo de Minas pagará à Multiterminais R$ 6,3 milhões por ano para cobrir a prestação de serviços de administração, operação, manutenção e apoio à exploração comercial e industrial. A Multiterminais quer desenvolver na Zona da Mata o conceito do aeroporto indústria pelo qual empresas se instalam em um local para produzir e distribuir aproveitando as facilidades logísticas existentes. Há plano de investir R$ 5 milhões em equipamentos para modernização técnica e logística, disse Vega. Será construído um terminal para carga aérea e hangares para aeronaves de pequeno e médio porte, além de se prever a ampliação do pátio de estacionamento para aviões cargueiros. Também há possibilidade de vir a ampliar a pista.

Fonte: valor Econômico/Francisco Góes | Do Rio


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