A companhia Nidera Sementes esperava já ter oficializado seu projeto de construção de um terminal portuário às margens do Rio dos Sinos, em Canoas, para movimentar produtos como soja, milho e trigo. No entanto, a implementação da estrutura ainda espera pela alteração do plano diretor do munícipio. A proposta foi encaminhada pela prefeitura à Câmara de Vereadores onde aguarda votação.
“A dificuldade em vencer os prazos esteve basicamente nas várias dúvidas técnicas suscitadas no âmbito do Conselho Municipal de Meio Ambiente, em especial quanto ao conflito de usos náuticos do Rio dos Sinos, considerando o projeto de ecoturismo da praia de Paquetá desenvolvido pelo município”, afirma o prefeito de Canoas, Jairo Jorge. Ele acrescenta que a área técnica da Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH) foi consultada sobre o assunto.
Segundo o dirigente, a autarquia estadual manifestou que são irreconciliáveis as duas atividades (da Nidera e de ecoturismo). Contudo, conforme informação da assessoria de imprensa da SPH, a competência da autarquia diz respeito à utilização da hidrovia, e a entidade não vê impedimentos técnicos para o uso do Rio dos Sinos por barcaças.
O prefeito adianta que pretende reunir-se nos próximos dias com os técnicos da SPH para discutir novamente o tema. Jorge explica que o projeto de ecoturismo pretende ser o portal de acesso do parque estadual do Delta do Jacuí no território de Canoas, valorizando a praia de Paquetá, onde haverá investimentos públicos. Além disso, na zona turística, ao lado da área desejada pela Nidera, na margem do Rio dos Sinos, próximo à BR-448, existe uma proposta de implantação de um projeto do setor privado, com hotel, centro de convenções e marina pública no valor de R$ 410 milhões, que irá alavancar esta região, conforme Jorge. Apesar do conflito das duas atividades, o prefeito enfatiza que a “prefeitura está realizando todos os esforços para garantir que o investimento da Nidera seja realizado na cidade”.
A intenção da empresa era de iniciar as obras da primeira fase do complexo, que compreende o terminal de transbordo rodo/hidroviário, no próximo ano. Com investimento de R$ 50 milhões, serão feitos silos verticais com capacidade total de armazenagem de 1,75 milhão de sacas e um cais comercial para barcaças. A segunda etapa, para ser desenvolvida a partir de 2015, abrange a ampliação da capacidade de armazenagem totalizando 3,5 milhões de sacas. Essa ação absorverá mais R$ 20 milhões. A terceira, prevista para 2018, é composta pela construção de fábrica para esmagamento de soja com capacidade para 11 milhões de sacas anuais e de planta com capacidade para produção de 100 milhões de litros de biodiesel ao ano. O investimento nessa fase será de R$ 200 milhões. No momento, os dirigentes da Nidera preferem não se manifestar publicamente e aguardam as ações da prefeitura.
Trem-bala entrará em operação plena em 2020
O trem de alta velocidade (TAV ou trem-bala) estará operando de forma plena em 2020. A previsão, atualizada pelo secretário-executivo da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Helio Mauro França, foi anunciada nesta quinta-feira, enquanto o secretário detalhava a minuta do edital da licitação para escolha da tecnologia e do operador do veículo. O documento, ainda inacabado, ficará aberto a sugestões ao longo de diversas audiências públicas previstas até o dia 24 de setembro.
O trem-bala ligará os municípios do Rio de Janeiro, de São Paulo e Campinas. Como as tentativas de licitações anteriores – que buscaram grupos interessados em tocar o projeto como um todo – não despertaram interesse das empresas, o governo federal decidiu dividir o processo em duas partes: uma para escolher os responsáveis pela fabricação dos trens e a operação do sistema e outra para definir a empresa responsável pela construção do projeto.
O leilão deverá ser realizado em 29 de maio de 2012, e a empresa ou consórcio vencedor será o que apresentar a melhor oferta, levando em consideração a relação entre valor de outorga e valor para construção de túneis, pontes e viadutos, além do material rodante (o próprio trem), incluindo transferência de tecnologias, manutenção e operação.
Fonte: Jornal do Commercio/RS
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