Diante do declínio da demanda dos países dependentes das receitas do petróleo, as exportações brasileiras de carne bovina voltaram a registrar forte queda em agosto. Conforme detalhamento disponibilizado ontem pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), a receita com as vendas de carne bovina para o exterior totalizaram US$ 499,5 milhões em agosto, queda de 22,6% ante os US$ 646,1 milhões registrados no mesmo intervalo de 2014.
Em volume, os frigoríficos brasileiros embarcaram 112,5 mil toneladas em agosto, redução de 16,9% em relação às 135,4 mil toneladas comercializadas no ano passado. Na mesma base de comparação, o preço médio da carne bovina vendida pelo Brasil caiu 6,9%, para US$ 4,4 mil por tonelada, de acordo com a Secex.
A redução das compras por parte dos países dependentes do petróleo fez com que a União Europeia assumisse a liderança no ranking dos importadores da carne bovina brasileira em receita em agosto, mesmo registrando redução nas vendas. No mês passado, os europeus gastaram US$ 87,7 milhões para importar 10,9 mil toneladas, o que representa queda de 18,9% em receita e de 7,9% em volume ante agosto do ano passado.
Presença costumeira na lista dos três principais clientes do Brasil, Rússia e Venezuela reduziram em cerca de 60% as compras de carne bovina brasileira. Em agosto, as exportações para a Rússia renderam US$ 42,2 milhões, queda de 65,7%. Em volume, a redução foi de 57,17%, para 14,4 mil toneladas.
No caso da Venezuela, as exportações totalizaram US$ 37,3 milhões no mês passado, 63,8% abaixo do mesmo período de 2014. O volume exportado aos venezuelanos recuou 66,6%, somando 6,4 mil toneladas. A despeito disso, a situação é diferente entre os frigoríficos brasileiros. Enquanto a Marfrig deixou de vender para a Venezuela e a Minerva só vende carne com pagamento antecipado, a JBS vislumbra crescimento.
Conforme a "Bloomberg", a JBS fechou em abril um contrato de US$ 2,1 bilhão com o governo da Venezuela para vender alimentos. Hoje, a empresa atende quase metade das compras de carne bovina da Venezuela e 25% da demanda de carne de frango. O país responde por 10% das exportações da JBS. Com condições de recebimento mais vantajosas, a JBS projeta ampliar em 20% as vendas à Venezuela em 2015, disse à "Bloomberg" o presidente da JBS Mercosul, Miguel Gularte.
Fonte: Valor Econômico/Luiz Henrique Mendes | De São Paulo
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