A grande concentração de plantas centenárias da espécie Cattleya guttata e de outras variedades de orquídeas, na orla marítima de Degredo, em Linhares, e a importância ambiental da preservação das plantas levaram a Manabi a alterar o projeto do Porto Norte Capixaba. Com a mudança, a estrutura em terra será implantada em área distante das orquídeas.
A modificação no projeto vai deixar intacta a área de preservação, denominada Jardim das Guttata, explica o secretário municipal de Meio Ambiente, Lucas Scaramussa. O habitat das orquídeas, uma área de cerca de 12 km de extensão, "é única no mundo pela concentração de plantas e grande número de espécies", destaca o presidente da Sociedade Espiritossantense de Orquidofilia (SEO), Elton Pignaton.
Os cerca de 500 associados da instituição, preocupados com a possibilidade de o empreendimento destruir o santuário das orquídeas, estavam se mobilizando para impedir que a área de restinga onde são encontradas essas flores sofresse com o impacto do projeto portuário. "Vamos mobilizar orquidófilos do mundo inteiro", avisou o diretor técnico da SEO, Alek Zaslawski.
A Manabi foi procurada, mas a resposta foi a de que os dirigentes não podem falar a respeito do projeto por estarem em período de quarentena. Mas o secretário de Meio Ambiente de Linhares informou ter recebido da empresa o documento informando que a estrutura do porto em terra não será mais implantada na área do Jardim das Guttata.
Scaramussa tranquilizou os orquidófilos ao informar que a área foi declarada, por meio de decreto municipal publicado no ano passado, de preservação ambiental e foi transformada em unidade de conservação de uso sustentável.
Ele explicou que a Prefeitura de Linhares já havia – antes da mudança do projeto – informado à Manabi que tinha interesse em manter a área preservada.
O processo de licenciamento ambiental do Porto Norte Capixaba está em andamento no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em Brasília.
Fonte: A Gazeta / Rita Bridi
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