Em apenas três anos, o Estado do Pará vendeu para o exterior mais de 1,6 milhão de cabeças de gado, entre bovinos (a maior parte) e também bubalinos. A receita cambial obtida com essas operações totalizou, no período, US$ 1,783 bilhão, segundo levantamento realizado com base nos certificados zoosanitários internacionais expedidos pela unidade de vigilância agropecuária do Ministério da Agricultura em Vila do Conde.
A Superintendência Federação de Agricultura no Pará informou ontem (1º) que o comércio de boi vivo para o Líbano compreende exclusivamente animais destinados ao abate. Para a Venezuela, outro país com crescente participação nesse nicho de negócio da pecuária paraense, os embarques são de bois e búfalos, tanto para abate como para reprodução. Ontem, ao dar a informação, o superintendente Ademir Conceição Carvalho Teixeira acrescentou um dado surpreendente, observando que já existe a perspectiva de o Egito começar a importar também bois vivos do Pará.
De acordo com Ademir Carvalho, as exportações paraenses de animais vivos vêm crescendo ano a ano. Atualmente, o Ministério da Agricultura no Pará já é responsável por 95% de todas as exportações brasileiras de bois vivos. Em 2008, no Pará, 395.737 animais foram embarcados para o mercado internacional, sendo 57.670 pelo porto de Belém e 338.067 pelo de Vila do Conde. A partir do ano seguinte, os embarques passaram a ser feitos exclusivamente pelo terminal portuário de Barcarena. Foram 679.705 reses em 2009 e 626.918 no ano passado. O superintendente federal de Agricultura chama ainda a atenção, no tocante ao mercado de carne, para o aumento contínuo das exportações paraenses com destino à Rússia.
Ademir Conceição destacou que, até o primeiro trimestre de 2008, os embarques de boi vivo eram feitos no porto de Belém. Tendo em vista, porém, o desconforto que as operações causavam, principalmente aos frequentadores da Estação das Docas, a direção local do Ministério da Agricultura e a Companhia Docas do Pará, em parceria com a iniciativa privada e o apoio da Federação da Agricultura e Pecuária (Faepa), decidiram transferir os embarques para Vila do Conde.
Essa mudança, na avaliação do superintendente, contribuiu para praticamente eliminar o conflito entre o porto e a cidade, acabando com as filas de caminhões de embarque e também com o odor que tanto desconforto causava aos frequentadores da orla portuária. Ademir Carvalho disse que a transferência dos embarques para Barcarena foi facilitada pelo fato de o Ministério da Agricultura dispor, em Vila do Conde, não somente de instalações adequadas, mas também de pessoal técnico e de apoio qualificado.
A responsabilidade pela liberação das cargas para exportação, conforme frisou, é do Ministério da Agricultura. Em conjunto com a Adepará, a Agência de Defesa Agropecuária do Estado, vem adotando os procedimentos para os embarques, em conformidade com os protocolos internacionais. “A marca brasileira nos países de destino é referendada pelo Ministério da Agricultura no Pará”.
(Fonte: Diário do Pará)
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