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PDVSA ajudou a trazer a refinaria para Suape

No ano de 2007, com vários Estados na disputa, o presidente Lula disse que ficaria com a refinaria quem apresentasse um sócio. O interesse de Hugo Chávez viabilizou o negócio em Pernambuco

Ainda que fique de fora da implantação da Refinaria Abreu e Lima, no Complexo de Suape, a Petróleos de Venezuela (PDVSA) teve papel importante na escolha de Pernambuco como sede do empreendimento. Quando esteve no Estado, em setembro de 2007, para iniciar as obras de terraplenagem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lembrou que vários Estados disputavam a unidade de refino, mas que ficaria com ela quem trouxesse um sócio. O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, se interessou pela empreitada e o negócio ficou aqui.

É verdade que a parceria com a PDVSA não foi a única vantagem apresentada por Pernambuco. No estudo de viabilidade técnico-econômica realizado pela Petrobras, o Estado contava com a infraestrutura do Porto de Suape, a presença de um complexo industrial no entorno e o segundo mercado consumidor de combustíveis do Nordeste.

No evento que simbolizou o início da terraplenagem, o presidente Lula rememorou a guerra entre os Estados na disputa pelo empreendimento, comparando a refinaria a um bife disputado por uma família de 27 “filhos” (os governadores brasileiros). “Como não poderia dividir a refinaria com todos, disse que levaria o ‘bife’ quem conseguisse um parceiro para tocar o negócio”, brincou. Pernambuco venceu a batalha, trazendo a Venezuela para o projeto.

O presidente Lula lembrou que desde 2003, acirrou-se a disputa entre os Estados brasileiros para abrigar a refinaria. “Todo governador que conversava comigo falava que tinha um parceiro para construir a refinaria. O Ceará tinha o príncipe da Arábia Saudita, com quem eu tive o prazer de jantar, junto com o senador Tasso Jereissati. O Rio de Janeiro, o Estado do Maranhão e o Espírito Santo tinham como parceiro uma empresa chamada Marubeni, acho que era uma companhia japonesa”, contou Lula, em 2007.

A única exigência feita por Hugo Chávez – padrinho político do empreendimento – foi batizar a refinaria com o nome do general pernambucano, Abreu e Lima, que lutou pela libertação da América Latina e em especial pela Venezuela junto com Simón Bolívar. Questionada se mudaria o nome da refinaria caso a PDVSA saísse do negócio, durante outros rumores de que a estatal deixaria o projeto, a diretoria da Petrobras afirmou que não havia sentido em alterá-lo. Apesar disso, a Petrobras apelidou a refinaria de Rnest (Refinaria do Nordeste), seguindo a tendência de usar siglas para denominar suas unidades de refino.

No imbróglio com a PDVSA, a Petrobras sempre deixou claro que tocaria a refinaria com ou sem a parceria da Venezuela. O último cronograma divulgado prevê inauguração no primeiro trimestre de 2013.

Fonte: Jornal do Commercio (PE)


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