O diretor-geral da ANTAQ, Pedro Brito, participou na última terça-feira (28) do evento Portos – Infraestrutura e Logística para o Desenvolvimento do Nordeste, realizado no Centro de Convenções do Ceará, em Fortaleza. O encontro foi realizado pela revista Carta Capital e patrocinado pela Caixa, Petrobras e pelos governos federal, do Ceará e da Bahia.
Brito foi um dos debatedores do painel que discutiu os portos nordestinos no contexto do desenvolvimento regional. O painel também contou com a participação do secretário estadual de Indústria, Comércio e Mineração da Bahia, James Corrêa, do diretor de assuntos institucionais da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), Aluísio Sobreira, e do presidente da Associação dos Usuários dos Portos da Bahia. Marconi Andraus Oliveira. O debate foi mediado pelo presidente do Instituto Envolverde, Dal Marcondes.
Em sua apresentação, o diretor-geral da ANTAQ lembrou a importância da infraestrutura portuária e de uma logística de transportes eficiente para o desenvolvimento regional. Brito mencionou que até mesmo as regiões desenvolvidas do mundo continuam investindo de forma planejada na sua infraestrutura logística e nos seus portos.
Para ilustrar, o diretor da ANTAQ citou o caso de sucesso dos portos de Roterdã, Antuérpia e dos portos alemães. Brito salientou que, com uma costa de apenas 65km, a Bélgica tem três grandes portos operando, sendo o principal o Porto de Antuérpia, que é um dos três maiores da Europa e um dos 15 maiores do mundo. “Só as ferrovias existentes dentro do Porto de Antuérpia medem quase 1.100km de extensão, praticamente uma Transnordestina em tamanho”, observou.
Segundo Brito, embora esse pequeno país, que é do tamanho do nosso Estado de Alagoas, não possua uma única indústria de veículos, detém o maior índice per capita de exportação de veículos exatamente em razão da sua infraestrutura logística e da sua eficiência portuária.
A Alemanha, igualmente, também é um exemplo da importância da infraestrutura logística para o desenvolvimento regional, de acordo com o diretor da ANTAQ, pois, apesar de não ter um único pé de chá, é o maior exportador de chá do mundo. Brito citou ainda o caso da China, que há pouco mais de 20 anos não tinha um porto entre os dez maiores do mundo e, hoje, tem sete entre os dez maiores portos do mundo.
No caso específico do nordeste brasileiro, Pedro Brito destacou que os investimentos que estão sendo feitos na ampliação da infraestrutura dos portos, como em Pecém e Suape e na construção de um novo porto no Estado da Bahia, são essenciais ao desenvolvimento regional. “Sem o investimento logístico é impossível dar à região o desenvolvimento que ela precisa”, apontou.
Para o diretor-geral da ANTAQ, o planejamento do desenvolvimento regional, especialmente no caso dos portos nordestinos, tem que considerar a proximidade das regiões compradoras (Europa e Estados Unidos) e tem que levar em conta o processo de expansão do Canal do Panamá, que deverá estar concluído em 2015, aumentando também o fluxo de carga na rota norte/sul.
“Os navios que passam pelo Canal vão praticamente dobrar de tamanho, e os portos do nordeste brasileiro, se forem planejados para isso e fizerem os investimentos necessários, poderão se aproveitar muito bem desse novo potencial de carga, trazendo benefícios econômicos importantes para a Região”, salientou.
Mais uma vez, Brito foi buscar um exemplo na experiência internacional de como o investimento logístico pode levar ao desenvolvimento regional. O diretor da ANTAQ mencionou o Porto de Tânger, no Marrocos, que hoje é um dos maiores portos do mundo e que até dez anos atrás não existia.
Segundo Brito, o porto é o resultado de um grande planejamento feito pelo governo do Marrocos para transformar toda aquela região do norte da África numa região de transferência de cargas. Como explicou, foi montado um porto não para atender o Marrocos, já que o país não tinha carga suficiente para viabilizar um empreendimento daquele tamanho, mas para atender toda a rota do Mediterrâneo.
“Algo semelhante pode ser feito aqui em Suape, em Pecém e até em relação aos portos da Bahia, observou. Basta que seja feito um planejamento adequado para isso”, disse Brito.
Fonte:Antaq
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