O projeto do consórcio formado pelas empresas OAS, Camargo Corrêa e Odebrecht Transport foi o vencedor do Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) para a construção do Sistema Viário Oeste, que inclui a ponte Salvador-Itaparica sobre a Baía de Todos-os-Santos.
Com custo estimado em R$ 7 bilhões, e previsão de início em 2014 para ser concluída em 2018, a ponte – que deverá ser batizada com o nome Dois de Julho – terá 11,7 quilômetros e será bancada por um fundo imobiliário privado. Em segundo lugar ficou o consórcio patrocinado pelas construtoras Queiroz Galvão e Carlos Suarez Participações S.A.
A ponte começa em Salvador, em área localizada entre o porto e o terminal do ferryboat, e termina em Santa Cruz, entre Gameleira e Mar Grande – fazendo a integração da Via Expressa, no bairro do Comércio (capital) e a Ilha de Itaparica. Será composta de seis faixas de tráfego, no total de 27 metros de largura, duas pistas de acostamento, um vão central com 70 metros de altura, e profundidade de 25 metros.
A futura ponte terá, ainda, um mirante e um vão móvel central com largura de 160 metros, permitindo a navegação de embarcações de grande porte e compatível aos projetos de expansão do Porto de Salvador e às operações portuárias no interior da Baía de Todos-os-Santos – caso de estaleiros, como o de São Roque do Paraguaçu, de plataformas de petróleo e de outras unidades industriais no entorno da baía.
Apresentação - O resultado da PMI foi divulgado, nesta quinta-feira, 29, à tarde, pelo secretário do Planejamento, Zezéu Ribeiro, em ato que contou com a presença do governador Jaques Wagner (PT), dos prefeitos de Salvador, João Henrique Carneiro (PP), e de Vera Cruz, Antônio Magno de Souza Filho (PT), e do representante da Prefeitura de Itaparica, secretário Roberto Lebre – os três municípios que serão beneficiados diretamente pelo projeto.
Promessa de campanha pela reeleição, o governador Jaques Wagner iniciou sua fala dizendo que começava a tirar do papel a “ideia sonhada há muito tempo”, assim como foi a Ferrovia Leste-Oeste, e repetiu frase dita, segundo ele, por “bons gestores” ao serem indagados sobre como concretizar as ideias: “O que traz o dinheiro é o bom projeto”, disse Wagner.
Na plateia, ao lado de secretários e parlamentares, empresários como o presidente da Federação das Indústrias da Bahia (Fieb), José de Freitas Mascarenhas, e o presidente da Ademi (Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário), Nilson Sarti.
Na ocasião, o governador e os prefeitos assinaram o termo de cooperação técnica para a revisão dos Planos Diretores de Desenvolvimento Urbano (PDDU) de Itaparica e Vera Cruz, de forma a assegurar a viabilidade do projeto da ponte.
Na sua explanação, o governador disse que a ponte significa mais do que resolver a substituição “bem-vinda” dos ferryboats na travessia entre Salvador e Itaparica. Será, segundo frisou, a conexão da capital e o Recôncavo com o baixo sul, proporcionando a duplicação das BAs 001 e 046, nos trechos entre Bom Despacho, Nazaré e Santo Antônio de Jesus. Será implantado, ainda, uma nova rodovia ligando Santo Antônio e Castro Alves e, a partir daí, a duplicação da BA-493 até o entrocamento da BR-116.
Além de dotar a capital de mais uma saída, haverá impulso turístico no litoral sul (Ilhéus e Itacaré) e espaço para um novo distrito industrial.. “Esta ponte vai trazer desenvolvimento econômico e urbano, mas não será um paliteiro como é a Ponte Rio-Niterói”, avisou Wagner.
Para proteger “a joia da ilha”, mandou um recado: “Temos instrumentos públicos para evitar a especulação imobiliária”, disse. “Se a gente for regulador do processo não tem porque fazer daquilo ali uma montanha de prédio apinhado em cima um do outro, que não é esse o objetivo”.
Fonte:A Tarde On Line/Patrícia França
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