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Por que Eike aposta na LLX, a ponto de ficar com 100% dela

Nesta segunda, Eike Batista anunciou a intenção de fechar o capital da sua empresa de logística, a LLX. Para especialistas, o tombo sofrido pelos papéis reforça a impressão de que as ações estão baratas - em quatro anos, a desvalorização chega a 40%. Ao investir na companhia, portanto, o bilionário sinalizaria confiar nos projetos da empresa em um momento em que o mercado parece fazer o contrário.

Criada em 2007 com o propósito de investir em infraestrutura e logística no setor portuário, a LLX se separou da MMX, empresa de mineração da qual fazia parte, e passou a ser negociada na Bovespa como uma companhia independente em julho de 2008.

Seu principal projeto, o superporto de Açu, está com as obras atrasadas há dois anos (a empresa reforça que o cronograma segue conforme o previsto). Construído em uma área de 90 quilômetros quadrados em São João da Barra, no norte fluminense, o empreendimento foi vendido por Eike como um "megadesarbitrador das ineficiências do Brasil". De lá para cá, contudo, o andamento foi emperrado por greves, desapropriações e por problemas de ordem ambiental.

Embora mais de 60 protocolos de intenção de investimento no local já tenham sido apresentados por empresas de peso, como Fiat e Cargill, o porto fechou contrato de aluguel de espaço e movimentação de carga com sete companhias até agora - incluindo MPX e OSX, também de Eike.

Parece desalentador? Nem tanto, ressalva Renato Pavan, sócio da consultoria Macrologística, de infraestrutura de transportes. "A LLX nasceu com a noção de que o Brasil precisa de logística integrada. E o porto de Açu apresenta oportunidades de investimento enormes, acordados com empresas internacionais", diz. Para ele, inclusive, o atraso apresentado até agora é pequeno perto do tamanho do negócio. E também teria sido experimentado em obras do PAC e de titãs como a Petrobras.

Além da crença no negócio, Eike teria visto um belo desconto nos papéis da empresa. Hoje, o empresário tem cerca de 54% das ações da LLX. O fundo Ontario Teachers Pension Plan possui outros 28,5%. Com a OPA, ambos aumentariam sua participação em uma transação que movimentaria, a princípio, até 620 milhões de reais, já que a oferta leva em conta um preço máximo de 3,13 reais por cada papel que circula no mercado.

Ainda que represente um ágio de 25% sobre a cotação média dos últimos 20 pregões, o valor não seria exatamente alto. Nas contas de Victor Mizusaki, analista de logística e transporte do UBS, as duas empreitadas de menor risco da LLX já fariam com que a ação da empresa tivesse um valor justo de 3,10 reais. No pregão da última sexta-feira, ela fechou bem abaixo disso, a 2,85 reais.

O cálculo, que inclui o projeto Minas-Rio, tocado em parceria com a Anglo American, e o terminal onshore TX-2, não leva em consideração uma série de projetos que dependem do complexo industrial de Açu. Se adicionados os ganhos com uma das principais investidas da LLX, a companhia valeria mais, bem mais, do que hoje – algo em torno de 6,90 reais.

Pelo mesmo raciocínio, o preço máximo ofertado por Eike para levar o restante das ações também estaria barato, embutindo um lustroso potencial de ganho para o empresário. Mas se há tanto fundamento por trás das operações, o que teria barrado a escalada da empresa até agora? Na visão de Mizusaki, do UBS, a depreciação sofrida pela OGX depois de revisadas as expectativas de produção no campo de Tubarão Azul acabou afetando o restante das empresas X, incluindo a LLX. A aversão ao risco em um ambiente econômico mais turbulento no mundo inteiro também teria se encarregado de penalizar a companhia.

Procurada por EXAME.com, a LLX se limitou a reiterar as informações veiculadas em fato relevante publicado hoje.

Fonte: Exame






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