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Porto de Itapoá ameaça concorrer com Paranaguá

O Porto de Itapoá foi oficialmente inaugurado ontem, no município catarinense que empresta o nome ao mais novo terminal de movimentação de contêineres do País.

Apesar dos eventuais prejuízos a quem vive da pesca artesanal, o novo porto está sendo recebido como um meio de desafogar a sobrecarregada estrutura portuária nacional. Para os paranaenses, a inauguração serve de lente de aumento diante dos poucos avanços na infraestrutura do Estado no decorrer desses últimos anos.

Na avaliação do Instituto de Comércio Exterior do Paraná (Sexpar), os empresários observam em Itapoá uma opção para aqueles que vêm amargando altos custos graças às limitações da capacidade de atendimento do Porto de Paranaguá.

O instituto também acredita que o exemplo do novo porto venha motivar a concretização de projetos como o Porto de Pontal do Paraná, bem como a realização de investimentos importantes na melhoria de toda a rede portuária paranaense.

"O Brasil precisa de vários portos de Itapoá para suprir o gargalo da logística, logo não há concorrências aos nossos portos, pois a demanda é muito maior. O que existe é um bom exemplo a ser seguido para que os empresários do Paraná e do Brasil ganhem competitividade a partir da queda do Custo Brasil", aponta o presidente do Sexpar, Neri Becchi Dal Pra. "Nosso Estado ficou paralisado por oito anos, portanto, o novo governador tem a missão de fazer nos quatro anos de gestão o trabalho de 12 anos e uma salvação na questão portuária será aproveitar todo o potencial de Pontal", defende.

Operação

A inauguração de ontem deu início à contagem regressiva para a entrada em operação, prevista para março do ano que vem. O começo da atracação de navios em Itapoá está na dependência da conclusão dos processos de licenciamento operacional, o que deve ocorrer em janeiro.

Outra expectativa para dar vazão as atividades do Porto é o término das obras de construção e pavimentação do trevo Barreiro, também previsto para março de 2011.

O local permitirá a ligação da rodovia SC-415, que é a primeira opção dentro do projeto, e servirá para desviar o tráfego de veículos pesados ao porto. Vale destacar que, para as obras de construção do Porto de Itapoá, a estrada de Garuva foi a via utilizada e não está totalmente descartada, caso atrasem as obras de ligação da SC-415.

"Nosso projeto avançou mesmo com os problemas climáticos que enfrentamos. Cerca de 58% do tempo que gastamos para a construção foi inviabilizado pelas chuvas ou dias completamente inviáveis para a realização das obras no porto e na SC-415", pontua o diretor superintendente, Gabriel Ribeiro Vieira.

Porto de Itapoá em números:


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Investimentos: 475 milhões (total)
Equipamentos: 90 milhões
Obras de acesso da Estrada da Jaca: 16 milhões
Subestação de alta tensão de 138V: 7 milhões
Linha de Transmissão de Energia: 6,5 milhões
Tecnologia e sistemas: 10 milhões
Cais: 630 metros e 43 de largura;
Profundidade natural: 16 metros;
Berços de atracação: 2 para navios post-panamax de até 300 metros de comprimento com capacidade de carga de 9.000 TEUs cada embarcação;
Ponte de acesso: 230 metros
Retroárea: 136 mil metros quadrados;
Área administrativa e edificações de apoio: 9 mil metros quadrados
Gates de acesso: 6
Tomadas reefers: 1380;
Equipamentos:
4 STS(ship to shore) portêineres; 11 RTGS (Rubber Tired Gantry)/Transtêineres; 26TT (Terminal Tractors); 5 empilhadeiras de grande porte (2 RS – Reach Stacker e 3 ECH – Empty Container Handler)
Total de colaboradores: Cerca de 500 em 2011 (Fase  1)

Altos investimentos em meio a protestos de pescadores

O Porto de Itapoá investiu R$ 16 milhões na obra de acesso ao trevo Barreiro, e mais R$ 7,6 milhões para a instalação de uma linha de transmissão em alta tensão de 138 kv, com 100 megawatts.

Essa linha suprirá o abastecimento de toda a estrutura do porto, bem como de todo o município de Itapoá que, até o momento, contava com a energia disponibilizada pela Copel.

"Assim que a linha estiver pronta, a Celesc passa a abastecer todo o Estado, já que Itapoá era o único município a ter esse tipo de situação por falta de linha de transmissão", acrescentou o diretor administrativo-financeiro, Harry Franke.

O Porto de Itapoá consumiu R$ 475 milhões, sendo R$ 145 dos acionistas Portinvest Participações (Grupo Battistella e LOGZ Logística Brasil S.A) e Aliança Navegação e Logística (Grupo Hamburg Süd). Mais R$ 330 milhões foram viabilizados pelo financiamento da Fundação dos Economistas Federais (Funcef) e da Petros (Fundação Petrobras e Seguridade Social).

Pescadores

Integrantes da Colônia de Pescadores de Itapoá estiveram mobilizados na faixa de areia em frente ao porto, durante toda a cerimônia de inauguração. Eles protestavam contra os prejuízos ocasionados no último ano, por conta da restrição da área para a pesca.

Um deles, o pescador José Padilha da Silva, de 75 anos, disse temer pela situação do grupo. "Quem tem filho para sustentar não sabe o que fazer já que a renda caiu muito. Eu pesco desde os oito anos e não sei outra forma de ganhar a vida. Antes do porto, enchíamos nossas redes com vários tipos de peixes e, agora, só vem ferro e pedra", lamentou.

Segundo a colônia, mais de 200 famílias foram afetadas negativamente com o porto, e ninguém foi ressarcido. Outro problema é que a baixa escolaridade da comunidade local, em um primeiro momento, fará que boa parte das contratações previstas para o Porto de Itapoá seja viabilizada com profissionais de fora do município.

Fonte: O Estado do Paraná/Magaléa Mazziotti






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